Nota da defesa: parcialidade de Moro está longe de ser tema superado
Conduta do juiz ainda será analisada pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU. Há, portanto, interesse em obter elementos que estão em sigilo e que possam reforçar que Lula é vítima de perseguição
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“A ausência de imparcialidade do juiz Sérgio Moro em relação ao ex-presidente Lula, longe de ser tema superado ou de menor relevância, ainda será objeto de análise inclusive pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU. Há, portanto, interesse e direito do ex-presidente e de sua defesa técnica de obter elementos que estão em sigilo e que possam reforçar que Lula é vítima de uma indevida perseguição política por meio de processos judiciais. Durante o interrogatório de Lula, quando a lei garante ao ex-presidente a realização de sua autodefesa, ele rebateu a hipótese acusatória de que teria ciência de atos ilícitos ocorridos na Petrobras mostrando, dentre outras coisas, que o Sr. Alberto Youssef, peça-chave da Lava Jato, era monitorado há muitos anos pela Justiça, que poderia ter ciência e ter agido para paralisar os desvios. Negar a Lula acesso aos documentos relativos ao monitoramento de Youssef e antecipar juízo de valor sobre as teses defensivas apresentadas pelo ex-presidente sinaliza que ele permanece não tendo direito a um processo justo”.
Cristiano Zanin Martins