Nota de final de ano do MTST
Movimento defende unidade contra os retrocessos e em defesa da Democracia
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O ano de 2017 marcou o aprofundamento do golpe no Brasil. Cortes de programas sociais, perdão de dívidas dos ruralistas, venda do Pré-sal, isenção de impostos para petroleiras multinacionais, mudanças na legislação ambiental. Enfim, o cardápio de retrocessos de Temer foi variado.
O ponto mais grave foi a aprovação da Reforma Trabalhista, proposta que foi propagandeada como um mal necessário para recuperar a geração de empregos e mostrou suas consequências já no primeiro mês de aplicação: 12,3 mil vagas formais fechadas no Brasil.
É claro que todos esses ataques enfrentaram resistência, especialmente no primeiro semestre. Em abril, o povo se mobilizou em todo país construindo a maior Greve Geral dos últimos anos, com 35 milhões de brasileiros em paralisação. No dia 24 de maio, 200 mil pessoas ocuparam Brasília.
O MTST também esteve presente nas mobilizações e iniciou o ano com uma ocupação de 22 dias na Av Paulista pela retomada do programa Minha Casa Minha Vida Entidades. Organizamos também grandes ocupações nas periferias, a exemplo da Povo Sem Medo em São Bernardo do Campo.
O ano de 2018 se aproxima com o anúncio de novos retrocessos. O governo Temer já programou a votação de Reforma da Previdência para fevereiro. Precisaremos novamente de muita unidade para a construção de mobilizações e paralisações.
Além disso, enquanto as discussões a respeito do Sistema Parlamentarista ou Semi-Presidencialista crescem em Brasília, o julgamento do ex-presidente Lula no TRF-4 em Porto Alegre foi marcado em tempo recorde, numa tentativa clara de retirá-lo da disputa presidencial no tapetão.
O MTST se coloca na luta em defesa do direito de Lula ser candidato. Trata-se de defender a democracia contra mais um passo do golpe, até porque esse julgamento tem se demonstrado profundamente antidemocrático, baseado mais em certas convicções do que em provas concretas. Por isso estaremos em Porto Alegre no dia 24 de janeiro construindo as manifestações.
A antecipação do debate eleitoral de 2018 tem sido tema de inúmeras discussões no campo da esquerda. A coordenação do MTST tem debatido o convite feito pelo PSOL a Guilherme Boulos, para a disputa presidencial, com serenidade e respeitando os tempos da construção coletiva.
Esta possibilidade, aliás, surgiu do acúmulo social e organizativo do MTST e de debates amplos como os promovidos pela plataforma Vamos, que desde sua origem busca construir a mais ampla unidade entre a esquerda.
Colocaremos nossa posição tão logo essa discussão se conclua internamente e junto com companheiros do PSOL. Neste momento, porém, acreditamos que toda a esquerda deve se unir mais uma vez na luta por direitos e em defesa da democracia.
“Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o “hoje” nascerá do “jamais”.”
Bertold Brecht – O elogio da dialética
Por MTST