Nova alta da gasolina escancara política inábil de Temer

Desde a imposição desta nova política, combustível distribuído pelas refinarias da empresa ficou 43% mais caro. Impacto na bomba é inevitável

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Quase duas semanas desde o fim da greve dos caminhoneiros, vai ficando cada mais evidente que as “soluções” de Temer para a questão dos combustíveis são meramente decorativas. O preço da gasolina nas refinarias da Petrobras, sem impostos, aumentou de R$1,86 para R$1,87 entre esta segunda (25) e esta terça-feira (26).

No início do mês passado, a empresa tentou mascarar os efeitos dessa mudança anunciando uma queda de 1,38% no preço do litro de gasolina nas refinarias. Mas a realidade é outra: desde a imposição desta nova política, há quase um ano, o combustível ficou 43% mais caro, conforme noticiou o jornal Valor Econômico

Desde fevereiro, quando o ajuste passou a ser aberto ao público, o preço subiu R$0,30 em relação àquele mês. Mesmo que os postos não sejam obrigados a repassá-los ao povo, é difícil crer que esses reajustes não irão impactar os preços já absurdos dos combustíveis.

Segundo a pesquisa semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a gasolina chega a custar R$5,40 em alguns pontos de venda. 

O governo também patina no acordo com os caminhoneiros em relação ao diesel. Três semanas depois da greve que quase parou o país, o preço do diesel está apenas R$ 0,19  mais barato em relação à semana anterior ao protesto, como aponta a Folha de S. Paulo com base nos dados da ANP.

Os malabarismos do ilegítimo para atender às demandas dos grevistas descuidam do fator mais importante: a política do ex-diretor Pedro Parente, que associa o preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha ao vaivém diário dos mercados internacionais.

Em um momento tão crítico da economia e da política, essa variação mais pesa que alivia o bolso do brasileiro. O real se desvaloriza e os preços internacionais sobem a cada dia, causando um rombo nas contas de empresas e trabalhadores de um país como o nosso: continental e dependente do transporte sobre rodas.

Enquanto contarmos com inabilidade política do governo Temer em lidar com essa questão, uma nova crise dos transportes estará sempre à espreita.

Da Redação Agência PT de Notícias, com informações de Valor Econômico e Folha de S. Paulo

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