Novo ataque: Bolsonaro corta bolsas de mestrado e doutorado da Capes
Cortes atingiram áreas de humanas e ciências e alunos não sabem como vão continuar seus estudos. Governos petistas criaram ao menos 45 mil bolsas de pós-graduação
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O desgoverno de Bolsonaro continua a acabar com o investimento em Educação no país. Nesta quarta (8), as bolsas de mestrado e doutorado oferecidas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) foram bloqueadas.
Os cortes atingiram não só a área de humanas, mas de ciências também. Entre os programas atingidos estão: DS (Demanda Social), Proex (Programa de Excelência Acadêmica), Prosuc (Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Ensino Superior), Prosup (Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares) e PND (Programa Nacional de Pós-Doutorado).
Protestos contra o ataque do governo à Educação foram realizados em diversos lugares do Brasil, como na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, e em São Paulo com o movimento chamado Marcha pela Ciência. Uma nova mobilização está marcada para o dia 15 de maio em repúdio aos cortes na educação e contra a reforma da Previdência.
O órgão afirmou ter cortado bolsas classificadas como ‘ociosas’, ou seja, que não estavam em uso durante o mês de abril. Essas bolsas eram de alunos que apresentaram trabalhos recentemente e que seriam destinadas aos novos alunos aprovados em processos seletivos, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
Alunos foram pegos desprevenidos
A notícia de mais esse corte pegou estudantes e professores de surpresa. Para reportagem da Folha, a estudante Adriana dos Santos Lopes afirmou que se mudou do Espírito Santo para São Paulo após passar no mestrado em botânica da USP. Agora, Adriana não sabe mais se vai conseguir continuar seus estudos sem o auxílio da bolsa. Essa é também a situação de muitos outros estudantes pelo Brasil.
A Capes é mais uma das instituições atingidas pelo contingenciamento promovido pela gestão Bolsonaro.
“No total, foram congelados R$ 819 milhões, ou 19% do valor autorizado, segundo dados da semana passada”, de acordo com o jornal.
Em entrevista ao jornal O Globo, Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências, afirmou que o governo de Bolsonaro erra quando justifica os cortes no ensino superior apontando falhas no ensino básico: “Criar este binômio não faz sentido. Precisamos formar professores na pós-graduação para que eles possam ensinar na rede básica. Falta a concepção de que todas as etapas devem estar conectadas. A suspensão a novas bolsas vai na contramão do que está ocorrendo no resto do mundo, porque reduz o fluxo de alunos para a pós-graduação e, assim, teremos menos pessoas para trabalhar em pesquisa e inovação.”
No governo do PT, as bolsas de pós-graduação da Capes recebiam grandes investimentos. De 2003 a 2012, por exemplo, o aumento de bolsas de mestrado foi de aproximadamente 30 mil. Já de doutorado, mais de 15 mil bolsas foram concedidas no período.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo e O Globo