Novo texto da Previdência mantém distorções e privilégios

Novo texto da reforma da Previdência mantém tantas restrições de acesso ao benefício que milhões de trabalhadores perderão o direito de se aposentar

Roberto Parizotti

Ato contra a reforma da Previdência

Na tentativa de aprovar de qualquer maneira o fim da aposentadoria de milhões de brasileiros, que não conseguirão se adequar às restrições impostas pelas novas regras, o governo já modificou várias vezes o texto da reforma da Previdência.

O novo texto, diz o governo do ilegítimo e golpista Michel Temer (MDB-SP), corrige distorções. Com mais essa mentira Temer está pressionando a Câmara dos Deputados a aprovar as mudanças de regras na  próxima segunda-feira (19), ainda que sejam rejeitadas por mais de 85% dos brasileiros, segundo pesquisa CUT/Vox Populi. Neste dia, a CUT e demais centrais farão uma greve contra mais esse retrocesso.

A proposta apresentada pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), insiste em mudar apenas nos critérios de acesso, com cortes de direitos, quando deveria abordar também a cobrança aos grandes devedores, o combate à sonegação e aperfeiçoamento na gestão dos recursos, afirma o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Para ele, a  forma mais eficaz para equilibrar as contas da Previdência é a criação de empregos formais.

“Os dados recentes divulgados pela Receita Federal dão conta que grandes empresas no Brasil devem mais de R$ 450 bilhões”, diz Lúcio.  “Não há nenhuma medida nesse campo. Portanto o déficit é decorrente de problemas sérios de gestão, na cobrança, e é fortemente influenciado pela crise econômica. Temos mais de 13 milhões de pessoas desempregadas que não contribuem. Se estivessem ocupadas contribuindo sobre um salário mínimo, por exemplo, já gerariam mais de R$ 30 bilhões de arrecadação para à Previdência.”

Para a presidenta da Associação de Docentes da Universidade Federal do ABC (ADUFABC), Maria Carlotto, independentemente da proposta, o governo Temer não tem legitimidade para aprovar mudanças em uma legislação tão fundamental. Ela avalia que o governo não tem os votos necessários.

“Independentemente do conteúdo, o que é particularmente grave é que essa reforma vai ser proposta num contexto em que o governo não tem nenhuma legitimidade. O nível de confiança da população nas instituições está baixíssimo”, afirma Maria Carlotto.

Em entrevista ao “Seu Jornal”, da TVT, especialistas desmentem o governo e seus técnicos. Segundo eles, o texto continua prejudicando trabalhadores e trabalhadoras:

Por CUT

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