O samba está de luto

A presidenta Dilma Rousseff divulgou nota de pesar pela morte do cantor e compositor Jair Rodrigues, de 75 anos, ocorrida nesta quinta-feira.

Considerado um dos principais interpretes da Música Popular Brasileira, o artista foi vítima de infarto, nesta manhã, em sua residência, em Cotia (SP).

Ele, juntamente com Chico Buarque, foi ganhador do segundo Festival da MPB, em 1966. Jair cantou “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, enquanto Chico apresentou “A Banda”, em parceria com Nara Leão.

“Não há como esquecer o entusiasmo e alegria contagiantes deste artista completo, talentoso e profundamente identificado com o coração do povo brasileiro”, disse a presidenta.

“Sua interpretação de ‘Disparada’, de Geraldo Vandré e Théo Barros, passados quase 40 anos da apresentação muito me emociona. Quero deixar aqui meus melhores sentimentos e meu carinho de fã à família de Jair Rodrigues”, completou Dilma.

Os militares proibiram que Vandré e Barros cantassem a “Disparada”. Entretanto, liberaram para a interpretação de Jair Rodrigues, que a defendeu no festival. O artista também cantou “Para não dizer que não falei de flores” (Caminhando), uma das músicas mais combatidas pelo regime à época.

Ex- engraxate, mecânico, ajudante de alfaiataria e pedreiro, o menino pobre de Igarapava (SP), nascido em 6 de fevereiro de 1939, começou sua carreira como cantor da noite, na década de 1950.

Cerca de uma década depois participava do programa “O Fino da Bossa”, junto com Elis Regina. Sua carreira ficou marcada, ainda, por outros sucessos, como “Deixa de isso prá lá”, “A majestade, o Sábia”, “Bloco da Solidão”, “Irmãos coragem” e “Orgulho de um sambista”, entre outras.

Jair Rodrigues de Oliveira deixa os filhos Jair de Oliveira e Luciana Mello, também cantores. Pelas redes sociais, a filha manifestou pesar pela morte do pai, além de agradecer as mensagens recebidas.

Por Edson Luiz, da Agência PT de NOtícias