Padilha atribui crise do abastecimento em SP à má gestão e falta de investimentos

Durante sabatina, ex-ministro afirma que problemas na segurança podem ser enfrentados com mais policiais nas ruas. Ele também propôs soluções para o transporte público, como a expansão do metrô para áreas não atendidas

Foto: Reprodução

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Pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha participou nesta terça-feira (06) de sabatina (veja a íntegra) realizada pelo portal UOL, Folha de S. Paulo, SBT e a Rádio Jovem Pan. O debate serviu para que a população conheça suas propostas para o Estado.

No início da sabatina os temas abordados foram as eleições e o trabalho que Padilha tem realizado para formar o maior grupo de aliados que o governo de São Paulo já teve.

O objetivo do pré-candidato é ter o apoio de quem já está com o governo da presidenta Dilma Rousseff.  “Quero aliança com todos os partidos que apoiam a presidente Dilma. Vamos construir a candidatura mais ampla que o PT já teve no Estado de São Paulo”, disse.

Padilha afirmou ter orgulho do apoio do ex-presidente Lula e que pretende implantar no Estado o mesmo processo de investigação de denúncias de corrupção criado em nível federal.

“O ex-presidente Lula superou a era do engavetamento dos processos. Nós queremos trazer essa era para o Estado e não a era de 15 anos de corrupção”, disse, em referência ao escândalo do cartel do metrô.

Questionado sobre a possibilidade de alianças com políticos como Paulo Maluf (PP) e Valdemar da Costa Neto (PR), o ex-ministro disse que “não fulaniza a política”.

Para ele, a aliança com o PP é fundamental para a execução do Programa Minha Casa, Minha Vida, que deve entregar 600 mil casas só em São Paulo.

O pré-candidato também tratou de temas que causam preocupação aos moradores de SP.

Sobre a segurança pública, Padilha enfatizou a necessidade de integrar o trabalho das polícias para diminuir a disputa entre elas bem como unificar os bancos de dados.

“É preciso tirar policiais de funções administrativas e colocá-los nas ruas”, ponderou.

O ex-ministro ainda afirmou a necessidade de utilizar o que já existe de tecnologia privada para auxiliar nas investigações.

“Temos mais de 1 milhão de câmeras privadas fazendo monitoramento. Elas deveriam servir a uma parceria com o governo”, sugeriu.

Sistema Penitenciário – “O PT não dialoga com o crime e nem se acomoda diante do crime”.

Foi assim que Padilha respondeu às perguntas sobre o sistema carcerário de São Paulo e a presença de grupos criminosos organizados.

“O PCC é uma facção criminosa, que transformou as penitenciárias em seu escritório administrativo”, enfatizou.

O pré-candidato petista também deu sua opinião sobre a crise no abastecimento de água de São Paulo. Ele atribuiu o problema à incompetência administrativa dos gestores.  “A gestão da Sabesp foi irresponsável. O governo estadual não fez as obras que deveria fazer”.

Como morador da cidade, Alexandre Padilha disse que não está explorando a situação indevidamente em razão das eleições deste ano.

“Falta de ética é cortar a água de Campinas, de Guarulhos, a água de bairros de São Paulo e falar que não está racionando. Isso que é falta de ética”, disse o petista, referindo-se às evasivas do governado Geraldo Alckmin (PSDB) sobre o problema.

Transporte – Em relação ao transporte público, Padilha garantiu que o objetivo de seu futuro governo será transformar o metrô , estendendo-o, de fato, para outras áreas da capital e da região metropolitana.

“Nós vamos implantar o Bilhete Integrado Único, que junta CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), metrô e a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos)”, disse.

“Isso vai significar colocar mais subsídio. Porque, em primeiro lugar, está o trabalhador que precisa do transporte”, explicou o petista.

O ex-ministro garantiu que o aumento do subsídio à tarifa e a ampliação da rede são investimentos distintos, e que um não impede o outro.

Preparado para a sabatina, Padilha também enfrentou questões relativas ao Ministério da Saúde e denúncias de irregularidades que envolveriam o órgão.

Ele foi questionado sobre as relações da pasta com o laboratório Labogen, investigado na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

Segundo ele, durante em sua gestão foram criados filtros que impediram a assinatura de contratos com a Labogen.

O fato de que a instituição era de fachada viria à tona em etapas posteriores da parceria.

A sabatina, que durou cerca de duas horas, contou com perguntas enviadas por internautas.

Por Alessandra Fonseca, da Agência PT de Notícias.

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