Para especialista, pesquisas para 2018 não têm poder de antecipar cenários eleitorais
Pesquisa de intenção de votos para eleição presidencial, divulgada quase três anos antes, mostra eventual derrota do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para candidatos tucanos
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Quase três anos antes das eleições de 2018, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Iboep) publicou uma pesquisa segundo a qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perderia num eventual segundo turno contra Aécio Neves, Geraldo Alckmin ou José Serra, todos os PSDB, na corrida ao Palácio do Planalto. O resultado, no entanto, é questionado e visto como forma de antecipar a campanha tucana.
Para o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Michel Zaidan, não é possível fazer nenhum prognóstico sobre a vontade do eleitor daqui a três anos, a partir da atual conjuntura econômica e política. De acordo com ele, é um tipo de pesquisa que ajuda a oposição para fazer campanha do seu capital político, convencer eleitores vacilantes, que ainda não se decidiram, ou que ainda podem mudar de opinião.
“Essas pesquisas não têm nenhuma possibilidade de antecipar cenários futuros para as eleições presidenciais, nem aquelas que se fazem a seis meses do pleito eleitoral”, ressalta o professor.
Pesquisa de opinião, de acordo com o pesquisador, “quando muito”, faz uma fotografia do momento.
Zaidan lembrou que a conjuntura se altera com os debates, com os fatos noticiados e fica clara a falta de cristalização da intenção de voto diante do atual cenário político e econômico desfavorável ao governo e ao partido do governo.
“Então, não se pode dizer nada de uma pesquisa com três anos e meio de diferença do pleito eleitoral. Eu não faria nenhuma previsão a partir do resultado dessa pesquisa”, afirma Zaidan.
Cenário passageiro – Para o deputado Padre Ton (PT-RO), ainda é muito cedo para tirar conclusões de uma eleição ainda longe de se realizar. “A grande resposta para reverter esse quadro, tanto em relação ao governo quanto ao presidente Lula é a da economia”, avalia.
Padre Ton não nega a existência da crise, mas revela não perceber em Rondônia, estado que o elegeu, o mesmo quadro “pintado” pela mídia. De acordo com ele, o estado cresce a ritmos mais altos que os do próprio País.
Dados do governo estadual indicam que a unidade federativa cresce 7% ao ano, desde 2010. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), a atividade industrial cresceu 9% na soma dos últimos dois anos e estima um crescimento de 2% em 2015.
“É muito forte a crítica à economia que a mídia faz todos os dias, de manhã, de tarde e de noite. A gente não vê a crise tão forte quanto a mídia pinta, mas os únicos meios que a população consegue perceber são a ‘Rede Globo’ e algumas emissoras de rádio que são anti-governo e anti-país”, revela Ton.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias