Para Rosa Cardoso, impeachment é questão ilegítima

Presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro criticou os pedidos de impeachment da presidenta Dilma na Câmara dos Deputados. Segundo ela, pleito desvia foco de luta pela democracia

Foto: EBC

A presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio) e ex-coordenadora da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Rosa Cardoso, criticou nesta terça-feira, (11) os pedidos de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

Segundo ela, o pleito desvia o foco de lutas mais amplas pela democracia. Para Cardoso, a Câmara tem se dedicado “a uma questão ilegítima que é o impeachment”.

“Como não tem fundamentação pertinente, isso tem desviado lutas por questões mais amplas da democracia”, disse.

A presidenta da CEV-Rio informou que dificuldades na governabilidade têm perturbado o avanço da luta por Justiça, como a criação de um órgão permanente para dar seguimento às ações e recomendações da Comissão Nacional da Verdade.

A criação desse órgão é uma das 29 recomendações do relatório final da CNV, apresentadas em dezembro do ano passado.

De acordo com Rosa Cardoso, nesse cenário “fica difícil o Executivo se ocupar da constituição desse órgão de seguimento da Comissão Nacional, que daria continuidade às pesquisas, às investigações e a uma divulgação mais ampla desses resultados”.

Rosa acredita que as pesquisas tornam o relatório mais informado e consistente, além de trazerem as universidades para auxiliar o trabalho da comissão.

Para ex-coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, abordando temas como racismo, homofobia e repressão nas favelas do Rio de Janeiro as pesquisas tornam o relatório mais abrangente.

“São permanências do regime autoritário. Embora algumas questões fossem precedentes, durante a ditadura os preconceitos se tornaram mais visíveis e foram demonstrados de forma mais violenta”, afirmou Rosa.

Ela esclareceu que, de um ponto de vista mais geral, sempre se falou na ditadura como confronto entre a população ou luta armada de extração estudantil que se opôs ao regime com armas na mão.

“O que os relatórios revelam é que essa oposição, essa insurgência contra o regime, foi muito mais ampla”, destacou.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Brasil 247

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