Chile lembra os 50 anos do golpe militar que promoveu tortura e morte no país

Uma das ditaduras mais sangrentas do nosso continente, o regime de Augusto Pinochet prendeu, torturou e matou milhares de chilenos de 1973 a 1990

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Há 50 anos, no Chile, o Palácio La Moneda, sede do governo, era bombardeado

Este 11 de setembro marca os 50 anos do golpe militar no Chile, comandado pelo general Augusto Pinochet, que instalaria uma das mais sanguinárias ditaduras do Cone Sul, e que duraria até 1990 com o processo de redemocratização do país. Durante o golpe, o então presidente Salvador Allende, eleito democraticamente pela Unidade Popular, morreu em circunstância questionada até hoje, após o ataque das tropas leais a Pinochet e o bombardeio do Palácio La Moneda, sede do governo.

Nos primeiros dias do golpe militar, milhares de pessoas foram presas e encarceradas no Estádio nacional do Chile, onde foram torturadas e muitos foram mortos sob tortura. O caso mais emblemático é o do cantor e ídolo chileno Victor Jara, morto sob tortura no estádio, que hoje carrega o seu nome em homenagem à sua luta. Victor Jara, além de cantor, dançarino, ator, diretor de teatro, era um artista revolucionário que reverberava em suas canções a vida e a luta dos povos oprimidos da América Latina.

A ditadura militar no Chile promoveu a prisão e a tortura de cerca de 38 mil presos políticos e o assassinato de 4 mil chilenos, além de manter o país sob violenta censura e a ação criminosa da polícia secreta do ditador Pinochet, cujos tentáculos chegaram a atingir ativistas e políticos em outros países.

Juntamente com outras ditaduras militares da América Latina, como Brasil e Argentina, que também tomaram o poder à força em seus países, Pinochet criou a Operação Condor, com o apoio do governo norte-americano da época, para prender e eliminar ativistas e políticos adversários que se encontravam no exílio.

Segundo estimativas, as mortes decorrentes da Operação Condor podem ter atingido dezenas de milhares de pessoas. Uma das muitas vítimas dessa operação sangrenta era o político e diplomata chileno Orlando Letelier, que foi embaixador do Chile nos EUA e ministro do governo de Allende. Ele foi assassinado durante um atentado a bomba em Washington.

Ao lembrar os 50 anos do Golpe no Chile, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, exaltou a manifestação de 50 mil mulheres chilenas, realizada nesta segunda-feira, em frente ao Palácio La Moneda entoando o grito de “Ditadura Nunca Mais”.

Em sua rede social, o Foro de São Paulo relembrou o golpe no Chile como um dos piores acontecimentos vividos pelo país  e destacou que “a memória de Salvador Allende segue viva, assim como o seu legado de luta por uma América Latina livre e soberana”.

Apesar das muitas manifestações populares e de autoridades, inclusive com a presença do presidente Gabriel Boric, para lembrar os 50 anos do golpe e garantir que algo assim nunca mais ocorra na história do país, manifestantes  encapuzados promoveram no domingo (10) atos de vandalismo na parte externa do Palácio La Moneda.

Da Redação

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