Parlamentares do PT cobram investigação sobre morte causada por agentes da PRF
“Isso é um assassinato, feito pela Polícia Rodoviária Federal. Isso é muito grave. Onde estamos?”, indaga o senador Rogério Carvalho
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Parlamentares do Partido dos Trabalhadores exigem uma investigação rigorosa sobre a morte de Genivaldo de Jesus dos Santos, 38 anos, asfixiado na tarde de quarta-feira (25) durante abordagem feita por policiais rodoviários federais em Umbaúba (SE).
Como é possível ver em imagens feitas por populares, os dois agentes colocaram Genivaldo de forma truculenta na traseira de uma viatura e lançaram um gás no interior do veículo. Segundo a imprensa, Genivaldo foi abordado enquanto guiava uma motocicleta e portava no bolso apenas remédios. Ele sofria de transtornos mentais.
“Polícia Rodoviária aborda um indivíduo, coloca-o no fundo do camburão e mata o indivíduo asfixiado com fumaça. Estou aqui chocado com as cenas. Policial rodoviário federal mata cidadão asfixiado. Fecha a porta do carro, tampa, e mata o sujeito. Isso é um assassinato, feito pela Polícia Rodoviária Federal. Isso é muito grave. Onde estamos? O rapaz está nesse momento no pronto-socorro, morto”, afirmou o senador Rogério Carvalho (PT-SE), no Plenário do Senado, na noite de quarta-feira.
O fechamento da BR hj em Umbaúba reflete a indignação dos sergipanos diante de uma cena brutal qdo Genivaldo foi ASSASSINADO ao ser colocado no porta-malas da viatura da PRF.Uma trágica semelhança à câmara de gás.Precisamos de policiais preparados para proteger e não matar! pic.twitter.com/blfke5nAHI
— Rogério Carvalho ?? (@SenadorRogerio) May 26, 2022
No local da morte, houve manifestação de moradores na manhã desta quinta-feira (26). Para Rogério Carvalho, a reação popular é legítima: “O fechamento da BR hoje em Umbaúba reflete a indignação dos sergipanos diante de uma cena brutal, quando Genivaldo foi assassinado ao ser colocado no porta-malas da viatura da PRF. Uma trágica semelhança à câmara de gás. Precisamos de policiais preparados para proteger e não matar!”, protestou.
Cobrança feita também por deputados
Os deputados Márcio Macêdo (PT-SE) e João Daniel (PT-SE) usaram a tribuna da Câmara na manhã desta quinta-feira (26) para manifestar indignação. “Uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal a um cidadão trabalhador, vendedor de rifa, um homem do povo, um homem com descendência na negritude que foi abordado de forma violenta, agressiva e imprudente pela Polícia Rodoviária Federal, fora completamente dos protocolos que exige uma polícia civilizatória”, protestou Macêdo.
Denunciei no plenário da Câmara dos Deputados a brutal abordagem feita pela PRF, contra o pai de família e portador de deficiência intelectual, Givanildo de Jesus Santos que ocorreu no município de Umbaúba. pic.twitter.com/3EHzK7e216
— Marcio Macedo (@MarcioMacedoPT) May 26, 2022
O deputado João Daniel anunciou um pedido para que a Comissão de Direitos Humanos e Minorias acompanhe o caso e citou a manifestação dos moradores de Umbaúba. “Aconteceu um ato de protesto contra uma cena vergonhosa que ocorreu ontem promovida pela Polícia Rodoviária Federal; uma cena que repercutiu no Brasil inteiro e que nos leva a debatermos qual é o verdadeiro papel da Polícia Rodoviária Federal. Ainda estamos querendo entender por que a tortura e morte de um trabalhar à frente de câmeras e da população.”
Este fato precisa ser rigorosamente apurado. Nós já protocolamos à Comissão de Direitos Humanos e Minorias, um pedido de acompanhamento sobre caso. Acompanharemos e encaminharemos pedidos formais a todas as esferas públicas competentes pic.twitter.com/jhlqcP45Ad
— João Daniel (@depjoaodanielpt) May 26, 2022
O que diz a PRF
Em nota, a PRF informou que vai apurar a conduta dos policiais envolvidos. Declarou, ainda, que Genivaldo “resistiu ativamente a uma abordagem” e que “foram empregados técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção”. Segundo o órgão, “o abordado veio a passar mal e foi socorrido de imediato ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito”, informação que não coincide com o relato médico, informado pela viúva, Maria Fabiana dos Santos, de que Genivaldo já estava morto ao dar entrada na emergência.
Da Redação, com PT no Senado e PT na Câmara