Parlamentares trans e travestis eleitas lançam Frente Nacional Transpolítica
Unificação objetiva promover os direitos fundamentais da população LGBTQIA+ dispostos na Constituição Federal
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Parlamentares transexuais e travestis de todo o Brasil, juntamente com os movimentos sociais organizados, lançaram no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, 28, a Frente Nacional Transpolítica. A unificação objetiva promover os direitos fundamentais da população LGBTQIA+ e garantir o pleno exercício dos mandatos políticos.
A violência contra essa população aumentou em 2020, mesmo durante a pandemia. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) computou 175 assassinatos de mulheres trans e travestis no país.
Dados da Antra também indicaram 259 candidaturas trans nas eleições municipais de 2020, sendo que somente 30 tomaram posse. Nas eleições gerais de 2018, a entidade contabilizou 53 candidaturas. Em 2016, oito foram eleitas.
Para a secretária Nacional LGBT do Partido dos Trabalhadores (PT), Janaína Oliveira, a criação da Frente Transpolítica em um cenário com o aumento da violência política é importante.
“Uma frente de defesa e fortalecimento das parlamentares Trans pela luta da garantia do pleno exercício dos mandatos é fundamental. Parabéns à Antra por essa importante iniciativa”.
O intuito da unificação é implementar ações legislativas e governamentais, além de promover articulações entre os órgãos estaduais e municipais, organizações da sociedade civil de assistência social, educação ou defesa de direitos que tratem das temáticas diretamente necessárias à implementação da política de proteção à comunidade LGBTQIA+.
Transformação política
Para a vereadora Lins Robalo (PT/RS), a iniciativa trará a possibilidade de reflexão e construção de uma transformação política no país.
“Só haverá uma política inovadora, se houver entendimento das nossas especificidades. A transformação social acontecerá com narrativas relevantes de diversos corpos”, ressalta a vereadora de São Borja.
A promoção e cooperação da sociedade, da família, dos estados e municípios na promoção da autonomia, da participação e integração da pessoa LGBTQIA+ também está entre os objetivos da Frente.
Conforme Symmy Larrat, presidenta da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), o movimento é visto como relevante para potencializar as parlamentares eleitas e pessoas trans no Brasil.
“Com essa iniciativa, podemos estimular novas ações. Por isso, movimentos sociais e mandatárias se uniram para debater e construir pontes que visibilizem e realizem essas conquistas para espalharem Brasil afora”, afirma.
Direito à vida
O grupo de parlamentares e movimentos sociais defendem o direito à vida, à cidadania, equidade, dignidade, segurança, saúde, educação, cultura e bem estar social da população LGBTQIA+.
Entre os principais objetivos da Frente, há a prevenção e a educação para o enfrentamento do preconceito, da discriminação e da violência por orientação sexual ou identidade de gênero.
Da Redação