Paulo Roberto Costa será ouvido pela CPI na próxima semana

No depoimento de hoje, diretor diz que sindicância não confirmou pagamento de propina

Paulo Roberto Costa será ouvido pela CPI na próxima semana

A CPI da Petrobras ouviu nesta terça-feira (3) os depoimentos do ex-gerente-executivo internacional da estatal, Luís Carlos Moreira da Silva, e do diretor de Segurança Empresarial, Pedro Aramis de Lima Arruda. Aos parlamentares, Silva afirmou que a compra da refinaria de Pasadena seguiu procedimentos padronizados para esse tipo de negócio, mas esclareceu que as cláusulas Put Option e Marlin constavam dos “anexos dos anexos” do resumo executivo aprovado pelo Conselho de Administração. Já Pedro Arruda informou que a sindicância interna não encontrou evidências de pagamento de propina a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM Offshore.

Na próxima terça-feira, será ouvido na CPI o ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Segundo o requerimento de convocação, o depoente participou de reunião do Comitê de Proprietários da refinaria de Pasadena e integrava o Conselho de Administração da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ele foi preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato, que teve por objetivo apurar esquemas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Após a reunião, o relator da CPI, senador José Pimentel (PT/CE), afirmou que a técnica de investigação usada pela comissão passa pelos depoimentos e pelas informações obtidas nos documentos requisitados e nas notícias veiculadas pela imprensa. “Nós temos tido o cuidado de levantar todos os dados já apurados pelos órgãos de controle, polícia federal e  indícios que circularam na imprensa”, afirmou.

Pasadena – O ex-gerente-executivo internacional confirmou que foi responsável pela elaboração do Documento Interno do Sistema Petrobras (DIP) usado como base para a redação do resumo executivo entregue ao Conselho de Administração. “Fui eu sim, preparei a DIP que informava todas as cláusulas, todos os contratos”, afirmou.

“Não no corpo da DIP, mas nos seus anexos. Tinham os anexos e os anexos dos anexos”, explicou.

Silva disse que Pasadena foi escolhida em uma lista de dez refinarias, para acompanhar uma estratégia de refinar petróleo brasileiro no exterior.

Segundo ele, o negócio foi interessante porque a belga Astra Oil não tinha conhecimento em refino de Petróleo, enquanto a Petrobras estava pouco acostumada com o mercado petrolífero americano. ” O sócio era interessante para nós e nós éramos interessantes para o sócio, porque tínhamos experiência em refinarias no Brasil”, disse.

Sobre a diferença entre o valor pago pela Astra quando adquiriu a refinaria e o valor cobrado da Petrobras, ele informou que à época da compra pela Astra, Pasadena estava impedida de operar por problemas trabalhistas e ambientais. A companhia belga teria pago valor menor por ter assumido os custos de resolução dos problemas, já sanados quando a estatal brasileira assumiu a refinaria.

SBM – Pedro Arruda informou que todos os contratos da Petrobras com a SBM foram auditados pela estatal, confirmando o cumprimento de regras de governança adotadas pela empresa. O diretor também disse que a estatal brasileira nunca recebeu notificações da justiça de outros países relacionadas à investigações sobre a empresa holandesa.

Arruda negou que a Petrobras tenha feito pagamentos diretamente a Julio Faerman, representante da SBM no Brasil. “Todos os pagamentos foram feitos a SBM”, disse.

Ele informou ainda que Faerman foi ouvido pela comissão de sindicância e negou qualquer irregularidade na relação da empresa holandesa com a Petrobras.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT no Senado

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