Pesquisadores podem se inscrever no edital Povos Originários do Brasil até 10 de fevereiro
Iniciativa irá selecionar e disponibilizar na internet acervos digitais relativos às culturas indígenas
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Até 10 de fevereiro, pesquisadores podem enviar projetos para concorrer ao edital Povos Originários do Brasil, que irá selecionar e disponibilizar, na internet, acervos digitais relativos às culturas indígenas.
O Objetivo do edital é fazer uma seleção de projetos de pesquisa-ação em nível nacional sobre a memória dos povos originários do país com foco no registro, preservação, difusão e acesso aos bens do patrimônio cultural e da memória dos povos nativos brasileiros. A iniciativa se enquadra na ação de desenvolvimento de um Programa Nacional de Digitalização de Acervos Culturais pelo Ministério da Cultura (MinC), e tem no seu escopo a premissa de geração de acervos digitais oriundos de pesquisas de interesse cientifico para a memória dos bens culturais dos povos indígenas nacionais.
Veja aqui edital e como inscrever seu projeto:
https://www.ufpe.br/proexc/images/editais2015/EDITAL_Cultura_Indigena.pdf
Para obter mais informações e tirar dúvidas sobre o edital, escreva para povosoriginariosdobrasil@ufpe.br.
Preservação e Acesso
Este é o segundo edital que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de uma política nacional para acervos digitais da cultura brasileira – resultado de parceria entre a Secretaria de Políticas Culturais (SPC) do Ministério da Cultura (MinC) e as universidades federais de Pernambuco (UFPE) e de Goiás (UFG). O primeiro, lançado em 2013, teve como foco bens do patrimônio afro-brasileiro.
Além de incentivar a preservação e difusão da diversidade cultural do Brasil na internet, as duas iniciativas com foco em acervos digitais contribuem ainda para fortalecer a autoestima e promover a cidadania.
Selecionado no edital Preservação e Acesso aos Bens do Patrimônio Afro-Brasileiro, o projeto Do Buraco ao Mundo: segredos, rituais e patrimônio de um quilombo-indígena mostra o patrimônio cultural da comunidade de Tiririca dos Crioulos, que fica a 500 km de Recife (PE), onde vivem 196 pessoas majoritariamente afrodescententes e indígenas.
Os pesquisadores Nivaldo Aureliano Neto e Larissa Isidoro Serrabela, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), uniram-se a Alexandra Sá, professora da única escola de Tiririca das Crioulas, para desenvolver o projeto.
“Acreditamos que somente os próprios detentores de um patrimônio podem dizer o que realmente importa para eles, a respeito de sua vida e de sua história”, afirma Neto, reforçando que, a partir do projeto, a população do quilombo, que sofreu décadas de marginalização, passou a se valorizar e a enxergar o potencial de suas tradições.
Arquivo e Memória Quilombola
Outra iniciativa que contemplada pelo edital foi o projeto Arquivo e Memória Quilombola: construção do acervo de comunidades quilombolas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. O projeto se desenvolve por meio da parceria entre universidades dos três estados.
A linguista Ana Josefina Ferrari, que atua na ação no Paraná, conta que cerca de 3 mil documentos, entre textos e fotos, foram digitalizados e preparados para serem disponibilizados on-line. O material constitui parte importante da história das comunidades, como o que trata da regularização fundiária dos quilombos da região.
Na opinião da pesquisadora, o importante é que o projeto tenha continuidade e que seja um arquivo vivo sobre os povos pesquisados. “Nós, do meio acadêmico, precisamos ouvir o que eles têm a dizer, sem agir de forma assistencialista e sem achar que os quilombola estão fechados em uma redoma”, considera.
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Com Informações do Ministério da Cultura