Petistas denunciam manobra para votação da reforma política
A votação do relatório final da Comissão Especial da Reforma Política foi cancelada. Texto segue diretamente para plenário da Câmara
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A votação do relatório final da Comissão Especial da Reforma Política, marcada para esta segunda-feira (25), foi cancelada. A determinação partiu do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Assim, o projeto será debatido e votado diretamente no plenário da Casa, a partir desta terça-feira (26). Parlamentares do PT contrários à proposta denunciaram a manobra que ignora o trabalho da comissão.
“Trabalho de 4 meses da comissão jogado no lixo. A proposta da OAB, da CNBB e de mais de 100 entidades foi solenemente ignorada”, denunciou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), em sua página no Twitter, no início da noite.
A comissão especial foi encerrada sem a votação do relatório final produzido após meses de debates e consultas públicas.
Para Molon, os parlamentares debaterão o tema em meio a um “cenário confuso”, em que vai imperar a “pressa e a falta de discussão qualificada”.
A bancada do PT na Câmara é radicalmente contra as propostas do texto de estabelecer o sistema de “distritão” e favorável a doação empresarial de campanha.”Isto não é reforma política de verdade!”, condenou Molon.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) também usou a rede social para criticar a decisão de última hora.
“A #ReformaPolitica agora será tratada diretamente no Plenário. Em uma manobra política, o relatório da Comissão Especial foi descartado”, também denunciou.
O relator da comissão, Marcelo Castro (PMDB-PI), também criticou a decisão, que classificou como “desrespeito”.
“Eu acho uma completa falta de respeito. Não ao relator em si, mas ao relator e aos 68 membros da Comissão”, declarou à imprensa.
Para Castro, o trabalho da comissão será substituído pela posição do relator em Plenário, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Que vai fazer em cinco minutos aquilo que nos fizemos em três meses”, denunciou.
Da Redação da Agência PT de Notícias