Planilha revela segundo caixa 2 de R$ 100 mil de Onyx Lorenzoni
Documento entregue por delatores da JBS confirmam segundo repasse ao futuro ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro para “evitar retaliações”, em 2012
Publicado em
Qual será a ‘desculpinha’ de Onyx Lorenzoni (DEM), futuro ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, para os outros R$ 100 mil que ele recebeu da JBS em um segundo caixa 2, e que até agora ele não admitiu? O deputado federal confessou ano passado que recebeu o mesmo valor da empresa para a campanha de 2014 e não declarou à Justiça Eleitoral.
Agora, os delatores da JBS entregaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma planilha que consta uma segunda doação eleitoral a Lorenzoni, novamente via caixa 2, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. O documento mostra que o deputado recebeu R$ 100 mil em 2012. O pagamento a “Onyx-DEM” foi feito em 30 de agosto daquele ano, durante as eleições municipais. Segundo os colaboradores, o dinheiro foi repassado em espécie.
Lorenzoni não concorreu a cargos eletivos, em 2012, mas era o presidente do DEM no Rio Grande do Sul e apoiou diversos candidatos. Segundo os dados do TSE, não há nenhum registro de doação oficial da JBS ou da J&F, holding que a controla, para o partido.
Caixa 2 para evitar retaliações
Ainda segundo a Folha, os executivos da JBS revelaram esquemas de caixa dois de 2006 a 2014. Os pagamentos estão sendo investigados desde agosto, quando a PGR instaurou o procedimento a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin. O ex-diretor de Relações Institucionais da J&F Ricardo Saud entregou à procuradoria o anexo de sua colaboração informando que a JBS doou R$ 200 mil via caixa 2 a Onyx em 2014.
O detalhamento das doações de 2012 só foi feito pelos delatores após Lorenzoni ter confessado o caixa 2 de 2014. À PGR, Joesley Batista disse que todas as contribuições não declaradas foram feitas a pedido dos políticos. Segundo ele, os repasses eram para evitar retaliações e contar com a boa vontade dos políticos. Saud disse à PGR que o caixa 2 admitido por Onyx foi intermediado por Antônio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
A Folha aponta ainda outros citados por recebimento de caixa 2: o presidente Michel Temer; o ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia); os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Eunício Oliveira (MDB-CE) e José Serra (PSDB-SP), além dos ex-governadores tucanos Marconi Perillo (GO) e Beto Richa (PR).
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo