Veja como cada partido votou a intervenção federal na Câmara

Em busca de interesses eleitoreiros, partidos alinhados a Temer dão 98% de votos para intervenção. Veja como votou cada legenda

Agência Brasil

Soldados preparados para enfrentar o inimigo irão agora combater em bairros lotados de famílias brasileiras

Os partidos da base golpista votaram em peso a favor do decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro enviado pelo presidente ilegítimo Michel Temer na madrugada de segunda para terça-feira (20).

Nem as críticas e análises contrárias dos principais especialistas da área contra a medida, nem o fato de que o governo enviou a pauta para votação sem qualquer transparência, como projeção de gastos e dados de violência, fez com que os deputados da base fisiológica de Michel Temer questionassem a medida eleitoreira.

Durante a sessão na Câmara, 98% dos deputados da base golpista, como PSDB, MDB, DEM e PP, se declararam favoráveis à intervenção. Todos os deputados tucanos presentes votaram a favor. Todos os parlamentares do DEM também (com a exceção do presidente da casa, Rodrigo Maia, que não pôde votar, mas declarou em discurso o seu apoio à medida). O mesmo aconteceu com os partidos da base flutuante, como representantes do PDT, do PTB, do PV e do PRB. Já na bancada do MDB, só um foi contra.

Eles ignoraram, por exemplo, o que disse o Conselho Nacional dos Direitos Humanos, órgão do governo federal composto por notáveis especialistas na área de segurança pública: “A atuação das Forças Armadas é historicamente marcada pelo aumento do número de violações de direitos, operando na lógica do ‘combate ao inimigo’ e, segundo essa lógica, a população negra, pobre e moradora de favelas e periferias é quem tem sido ‘combatida’ pelas tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica”.

Já a bancada das legendas de oposição, especialmente a do Partido dos Trabalhadores, votou em peso contra a intervenção comandada pelo Exército na segurança do Rio. Todos os deputados petistas presentes na votação, 49 parlamentares, votaram contra a intervenção. Sem negar o valor das Forças Armadas e o papel que desempenham na segurança externa do país, os deputados do PT deixaram claro que não poderiam ser a favor de usar soldados preparados para enfrentar o inimigo na guerra em um bairro cheio de famílias brasileiras. A mesma posição adotaram o PC do B e o PSOL.

A nota do PT e das bancadas no Congresso resume bem o posicionamento da sigla acerca do tema:

“O povo brasileiro, principalmente o povo mais pobre, exige e merece a participação responsável do governo federal na Segurança Pública, com programas sólidos e políticas eficazes, mas repudia ações pirotécnicas de efeitos meramente propagandísticos.”

Por Vinícius Segalla, da Agência PT de Notícias

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