Prêmio de Moro por serviços prestados na Lava Jato é ‘salário’ de R$ 1,7 mi
A revelação feita pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, é o “prêmio” pelos serviços prestados com a Operação Lava Jato que destroçou a indústria de infraestrutura e afastou Lula das eleições de 2018. Na quarta-feira (3), o Tribunal de Ética e Disciplina da seccional paulista da OAB alertou que ele não pode praticar atividade privativa da advocacia para clientes da A&M, sob pena de adoção de medidas administrativas e judiciais pertinente.
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O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, receberá R$ 1,7 milhão anual como sócio-diretor da empresa de consultoria Alvarez & Marsal, responsável pela administração judicial da Odebrecht. A revelação feita pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, é o “prêmio” pelos serviços prestados com a Operação Lava Jato que destroçou a indústria de infraestrutura e afastou Lula das eleições de 2018. “Pelo que entendi, Moro decidiu receber sua parte no golpe em dinheiro”, comentou Fernando Haddad, no Twitter, em referência ao golpe de Estado e à perseguição política ao ex-presidente Lula.
Moro, no entanto, pode não conseguir embolsar a gorda recompensa pelo trabalho que desempenhou no comando da Operação Lava Jato. Na quarta-feira (3), o Tribunal de Ética e Disciplina da seccional paulista da OAB alertou que ele não pode praticar atividade privativa da advocacia para clientes da A&M, sob pena de adoção de medidas administrativas e judiciais pertinente. “Notificamos Vossa Senhoria para que não pratique atividade privativa de advocacia aos clientes da empresa Alvarez & Marsal, sob pena de adoção de medidas administrativas e judiciais pertinente”, diz o comunicado, assinado pelo presidente do tribunal, Carlos Kauffmann.
Fiel ao seu histórico de mentiras, Moro tentou negar o tipo de serviço que prestará à consultoria norte-americana. “Não é advocacia, nem atuarei em casos de potencial conflito de interesses”, afirmou em sua conta oficial do Twitter. A explicação de Moro, no entanto, foi desmentida no comunicado oficial da própria empresa da qual ele está se associando. “Consultoria global de gestão de empresas, a Alvarez & Marsal (A&M) anuncia a chegada de Sérgio Fernando Moro como sócio-diretor, com sede em São Paulo, para atuar na área de Disputas e Investigações”, diz a nota. O tribunal identificou o evidente conflito de interesses pelo fato da consultoria trabalhar para empresas que foram alvos da Lava Jato, como a Odebrecht.
Moro muda de acordo com o ambiente e a conveniência. Quando era juiz, não considerou o documento da Alvarez & Marsal que atestava ser da OAS e não de Lula o tríplex do Guarujá. Agora que é sócio dessa consultoria, não contesta o documento. Não tem o menor pudor.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 2, 2020
A criminosa promiscuidade se torna ainda mais grave diante da informação de que a Consultoria Alvarez & Marsal também prestava assessoria de recuperação judicial à empreiteira OAS. À época do processo envolvendo o triplex, a defesa de Lula apresentou um documento no qual a consultoria listava o imóvel como patrimônio da OAS. Mesmo diante da informação, Moro ignorou o documento oficial da consultoria para a qual agora vai prestar serviços, mantendo a falsa acusação de propriedade ao ex-presidente Lula. Em seguida, armou a delação premiada com Léo Pinheiro, da OAS, para confirmar sua “tese” do mais escandaloso “lawfare”.
Da redação