Previdência de Bolsonaro agrava desigualdades contra mulheres negras

Proposta do governo Bolsonaro, associada à “reforma” trabalhista de Temer, perpetua lógica da escravidão que impõe às mulheres negras as piores formas de trabalho

Foto: Roberto Parizotti

Minoria em postos de liderança, as mulheres negras são as que mais sofrem com o trabalho precarizado

A “reforma” da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL), a exemplo das mudanças nas leis trabalhistas, deve prejudicar ainda mais as mulheres negras, parcela da população que mais sofre com a falta de proteção do direito do trabalho, a desigualdade salarial e o desemprego.

De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a cada ponto percentual a mais na taxa de desocupação, as mulheres negras são afetadas, em média, com o aumento de um 1,5 na taxa de desemprego, enquanto que mulheres brancas têm um reflexo de 1,3 pontos percentuais.

Diante dessa desigualdade, os parâmetros mais rígidos de acesso aos benefícios, a ampliação do sistema de capitalização privada e o aumento no tempo de contribuição para acessar a Previdência de forma integral, com 40 anos, previsto na “reforma”, devem agravar ainda mais as disparidades de gênero e raça, principalmente em um país que não reconhece o racismo como um “fenômeno que produz desigualdades”, como explica a militante do Movimento Negro Adriana Moreira em entrevista ao Seu Jornal, da TVT.

“O Brasil nunca enfrentou o fato de que as mulheres, por exemplo, elas saíram do processo de escravidão e continuaram trabalhando no mesmo tipo de serviço”, adverte Adriana quanto à continuidade das formas mais precárias de trabalho e com mínimos direitos.

Por Rede Brasil Atual

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