Profissionais da Saúde lançam manifesto contra retrocessos no Brasil
Organizado pelo PT, PCdoB e PSOL, encontro reuniu 14 entidades nacionais que debateram as desigualdades enfrentadas diante da política recessiva de Bolsonaro
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Profissionais de saúde lançam manifesto contra o governo de Bolsonaro, contra os cortes no orçamento e contra os retrocessos políticos e sociais no Brasil.
Em um encontro organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), PCdoB e PSOL, entidades nacionais debateram as desigualdades enfrentadas pelos brasileiros e a política econômica recessiva de Bolsonaro, que estimula as privatizações de bens públicos e ataca o Sistema Único de Saúde (SUS).
A coordenadora do Setorial Nacional de Saúde do PT, Eliane Cruz, alerta que para haver uma igualdade social no Brasil é preciso consolidar o SUS, construído pela força da mobilização popular.
“Nosso Encontro organizado pelo PT, PCdoB e PSOL, reuniu 14 entidades nacionais, representativas de mais de três milhões de trabalhadoras e trabalhadores de saúde, em favor da chapa Lula e Alckmin. Unidas e unidos pela utopia de um Brasil justo onde a igualdade social está expressa na consolidação do SUS, construído pela força da mobilização popular como uma política pública democrática e inclusiva, pelo direito a saúde e o direito à vida”.
Leia a íntegra do manifesto
Confira, abaixo, o manifesto na íntegra dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Saúde
Trabalhadoras e Trabalhadores de Saúde:
Pelo Brasil! Pela Democracia! Pelo Direito à Saúde.
Basta de retrocessos nos direitos políticos e sociais.
Para enfrentar os cortes no orçamento que ampliam as desigualdades no país, é preciso agir com justiça econômica e social.
A política econômica recessiva de Bolsonaro, com as privatizações de bens públicos, a Reforma Trabalhista e Previdenciária e a manutenção do teto de gastos atacam fortemente as condições de vida de todas as trabalhadoras e trabalhadores.
O autoritarismo evoca a liberdade de expressão, em favor de interesses dos grandes conglomerados econômicos e valores sociais
ultraconservadores.
A agonia das trabalhadoras e dos trabalhadores de saúde durante a pandemia de Covid19, está expressa em esgotamento, sofrimento, tristeza e mortes que poderiam ter sido evitadas.
Apesar do medo da contaminação e da morte, essa força de trabalho enfrentou o cotidiano dos serviços de saúde para salvar vidas. Mesmo com direitos trabalhistas fragilizados, terceirização da gestão e de vínculos de trabalho, perda de renda, salários baixos, gastos extras com compras de EPIs, transporte alternativo e alimentação, resultantes de reformas e alterações legislativas, não fugiram à luta.
Só podemos, agora, vislumbrar um cenário de esperança.
Por isso, neste ano de 2022, vamos unidas e unidos pela utopia de um Brasil justo. Um país que supere a gravíssima crise em que nos encontramos nos campos econômico, político, social, sanitário, ambiental e cultural.
Por isso o projeto político progressista é aquele que tem como centro a atenção aos problemas que afligem o povo brasileiro, porque é um projeto do povo para o povo.
É essencial eleger as candidatas e candidatos às Assembleias Legislativas, a Câmara Federal e Senado, as candidatas e candidatos aos governos estaduais e a chapa Lula e Alckmin, com a força da mobilização popular, que recolocarão o Brasil no rumo da igualdade.
A igualdade exige que o direito de todas e todos à saúde, seja prioridade máxima.
Neste dia 27 de maio de 2022, reafirmamos que valorizar as trabalhadoras e os trabalhadores de saúde é a garantia do real direito à saúde e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Assim, nossa luta pela redução de jornadas de trabalho e salários dignos para as trabalhadoras e trabalhadores é o caminho pelo qual poderemos garantir a atenção à saúde da população, com maior dedicação e qualidade.
Garantir a Carreira Única para as trabalhadoras e os trabalhadores do Sistema Único de Saúde, com um Plano de Cargos e Salários que valorize todas as categorias profissionais que defendem a vida das brasileiras e dos brasileiros, construída na Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS (MNNP SUS), que deve ser retomada para democratizar as relações do trabalho.
Anular a Reforma Trabalhista, a Reforma Previdenciária e revogar a Emenda Constitucional 95, que vilipendiam os vínculos trabalhistas quando contratam trabalhadoras e trabalhadores de saúde por plantões ou por meio de pessoas jurídicas ou uberizadas, e não com carteira de trabalho assinada. Isso também acontece com trabalhadores do SUS contratados por Organização Social (OS), Serviço Social Autônomo (SSA), Pessoa Jurídica e outros mecanismos de terceirização da gestão do trabalho e de serviços públicos de saúde.
Retomada do Complexo Econômico e Industrial da Saúde que além da melhoria no bem-estar social, também aumenta a capacidade produtiva da força de trabalho nacional, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico, para redução das desigualdades sociais e para a superação do subdesenvolvimento.
Reestruturar programas de formação profissional em saúde como forma de reduzir as iniquidades regionais e instrumentalizar as instituições de ensino, de modo a contribuir para a prática nos espaços de vivência da realidade social.
Garantir políticas de valorização da vida das trabalhadoras e dos trabalhadores de saúde, que exige políticas de vigilância em saúde e saúde e segurança no trabalho para prevenção de acidentes e doenças, que emergem do risco do trabalho em saúde, como foram as situações vividas na pandemia que além de mortes e contágios, anuncia sequelas ainda não identificadas.
Implementar Política Nacional de Fixação de Trabalhadoras e Trabalhadores integrando programas de formação para atender, especialmente, áreas mais vulneráveis socialmente.
Reconhecer e cumprir as deliberações do controle social do SUS que expressa a instância máxima da democracia participativa por meio dos Conselhos e das Conferências de Saúde e/ou temáticas, que contribuem com a consolidação do SUS, desde a troca de informações, de debates, experiências, proposições e deliberações, até a socialização e a avaliação da política pública.
Apoiar a pauta da Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), ocorrida em 07/04/2022, que iluminou o Brasil com a unidade das centrais sindicais e de ter reafirmado que é necessário intensificar as nossas lutas e olhar para a frente, mobilizar a esperança, reunir a força da classe trabalhadora, para promover um futuro de mudanças que transformem o país.
Participar ativamente da Conferência Livre, Democrática e Popular num processo de acumular forças e construirmos a 17ª Conferência Nacional de Saúde para Garantir direitos, e defender o SUS, a vida e a democracia.
Amanhã Vai Ser Outro Dia!!
O manifesto também pode ser acessado aqui.
Da Redação