Projeto tucano inviabiliza empregos da indústria naval
Dilma afirma que investimento bilionário na indústria naval só é possível com política de conteúdo local
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A presidenta Dilma Rousseff repudiou o posicionamento da campanha adversária em relação à política de conteúdo local para beneficiar a indústria brasileira. Em entrevista neste sábado (18), no Palácio da Alvorada, ela leu a frase que consta no plano de governo tucano: “racionalizar as exigências do conteúdo local”.
Para Dilma, o ressurgimento da indústria naval brasileira como uma das mais fortes do mundo só foi possível graças a esta política. Criada em 2003 pelo governo Lula, ela prioriza as empresas brasileiras em compras públicas. Entre elas, a que consta no Plano de Negócio da Petrobras 2014-2018.
“Estão previstos 38 plataformas de produção, 28 sondas de perfuração, 88 navios petroleiros e de transporte de produto, e 146 barcos de apoio. Um total de US$ 100 bilhões. Isso que era desviado para Singapura, Coreia e Japão antes. Interrompemos essa transferência de empregos para o resto do mundo”, analisou.
A candidata à reeleição também considerou estarrecedoras as promessas do adversário feitas em Porto Alegre, neste sábado (18). Para ela, é incompatível defender investimentos no Polo Naval do Rio Grande e se posicionar contra a política de conteúdo local ao mesmo tempo.
“É um absurdo assistir nessa fase final um nível de inconsequência desses. Ninguém tira de nós o fato que ressuscitamos a indústria naval. Ela foi a segunda indústria naval do mundo na década de 1980. Hoje ela voltou a ser, para algumas coisas a quarta, para outras a quinta. Mas ela renasceu, isso que importa”, ressaltou.
A indústria naval e offshore (exploração em alto mar) brasileira irá faturar em torno de US$ 17 bilhões por ano até 2020 – cerca de US$ 119 bilhões no total – devido à expansão da produção de petróleo no pré-sal. Com isso, a participação da indústria de petróleo e gás no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços) dobrará para atingir 20%, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Augusto Mendonça.
O emprego no setor apresentou dois picos de alta, o primeiro entre 2006 e 2007, quando saiu do patamar de 19 mil vagas para 40 mil. O outro aconteceu após 2010, já no governo da presidenta Dilma Rousseff, quando saiu dos 46 mil postos para atingir os 78 mil em 2013.
Por Rodrigo Vasconcelos, da Agência PT de Notícias