PSDB trata questão social como caso de polícia, diz coordenador da CMP

Em entrevista semanal ao portal Linha Direta, o coordenador geral da Central de Movimentos Populares de São Paulo falou do papel da CMP nos movimentos em defesa da democracia e do apoio dado aos estudantes que ocupavam escolas na luta contra desorganização das escolas estaduais

Foto: Roberto Parizotti/Secom CUT

Natural de São João da Serra, no Piauí, e filho de camponeses, Raimundo Bonfim chegou a São Paulo em 1982, com 18 anos de idade, veio morar em São Paulo. Três anos depois, ele começou sua militância na Associação de Moradores na Favela de Heliópolis, na Zona Sul, da capital paulistana.

Fundador da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim é advogado e coordena a Central no Estado de São Paulo.

Na entrevista semanal para a Rádio e o portal Linha Direta, o coordenador da CMP falou do papel da CMP nos movimentos em defesa da democracia e do apoio dado aos estudantes que ocupavam escolas na luta contra desorganização das escolas estaduais em São Paulo.

Raimundo começou o bate-papo explicando que a Central congrega uma diversidade de movimentos populares, como de juventude, mulheres, negros e negras, de periferia, além dos movimentos dos sem-tetos.

“A Central de Movimentos Populares congrega diversos movimentos, não só movimentos sem-tetos, de moradia, embora muitos tenham essa compressão até em função de ser o sem teto a maior base da Central de Movimentos populares. Ela congrega vários outros movimentos, movimentos comunitários, movimentos da periferia, movimentos negro, alguns grupos de juventude, saraus, movimentos de mulheres, enfim. Então ela tem o papel de congregar os movimentos populares, nesse sentido é de estimular estes movimentos populares e para além da luta especifica temática de cada um e que tenham uma atuação mais geral, estrutural, por uma sociedade mais igualitária”, explica.

Representando uma entidade que integra a Frente Brasil Popular, Raimundo diz que os movimentos populares já estavam se mobilizando e articulando mobilizações de rua, no sentindo de denunciar a tentativa de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, antes da criação da Frente. A criação possibilitou, segundo ele, unir quase que a totalidade dos movimentos populares.

O dirigente da CMP, Bonfim, ainda refletiu sobre os pontos que norteiam as mobilizações, desde o início deste ano, na luta em defesa da democracia.

“Desde o dia 13 de março deste ano, naquela jornada nacional de mobilização, que foi dois dias antes da mobilização da direita, no dia 15 de março, nós sempre fomos para rua com dois pontos: A defesa da Democracia, ou seja contra o golpe, o mandato da presidenta Dilma foi conquistado legitimamente no voto, mas já com criticas no início do governo no que tange a questão econômica (…) Recentemente nós incorporamos em nossas manifestações a campanha pelo Fora Cunha”, diz.

Para ele, não há indício que recaia sobre o mandato da presidenta e isso só mostra como democracia está ameaçada. Raimundo diz que Eduardo Cunha não tem condições morais, éticas ou política de confrontar Dilma.

A violência policial sofrida pelos movimentos sociais, sobretudo nos governos do PSDB, foram comentadas por Raimundo. Ao falar das ocupações que os estudantes que foram para a linha de frente na luta contra desorganização das escolas estaduais proposta por Alckmin, ele frisou que é uma luta legítima.

“A Central de Movimentos Populares participou ativamente por intermédio do ‘Grito pela Educação’, onde a Apeoesp, a Central Única dos Trabalhadores, o MST, o Levante Popular da Juventude, desde que o governo enviou para a Assembleia Legislativa o Plano Estadual de Educação e anunciou o fechamento das 94 escolas que os movimentos sociais se organizaram e elaboraram um milhão de cartilhas denunciando essa situação e apoiamos de forma muito clara a ocupação do estudantes e repudiamos”, destaca.

“É lamentável que a polícia de São Paulo sempre age com extrema violência contra o movimento social legitimo, essa é a triste realidade. Se não há política social, foi-se a truculência do governo do PSDB, foi assim no Paraná com os professores e é assim em São Paulo. Onde o PSDB governa a questão social é tratada com questão policial. É deplorável, é lamentável esses episódios, essas cenas de violências contra jovens que estão nos seus legítimos direitos de reivindicar educação pública gratuita e de qualidade”, avalia.

Ao final, o coordenador da Central dos Movimentos Populares, Raimundo Bonfim, deixou um recado à militância dos movimentos sociais pedindo que não desanimem.

“Nós estamos numa guerra e nós estamos numa batalha que está longe da gente decidir. Nós estamos muito confiantes, com muitas mobilizações, muito ânimo que nós vamos vencer os golpistas, nós vamos vencer com muita mobilização e com muita disposição de luta”, afirma.

Ouça a entrevista completa:

Por Elineudo Meira, do Portal Linha Direta

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