PT de SP aciona MP para investigar conflito de interesses na privatização da Sabesp

Atuação da executiva Karla Bertocco na presidência do Conselho de Administração da Sabesp e no conselho de administração da Equatorial Energia é questionada

Divulgação/Site do PT

Fiorillo aponta que a atuação de Bertocco nos dois conselhos levanta suspeitas "quanto à transparência do processo de privatização da Sabesp"

O deputado estadual Paulo Fiorillo (PT), líder da Federação PT/PCdoB/PV, na Assembleia Legislativa de SP, protocolou nesta terça-feira (2), representação junto ao Ministério Público para que seja apurado possível conflito de interesse na atuação simultânea da executiva Karla Bertocco na presidência do Conselho de Administração da Sabesp e como integrante do conselho de administração da Equatorial Energia, a única empresa a apresentar proposta para ser acionista de referência da companhia de saneamento paulista.

A Ação encaminhada ao MP-SP faz referência às atas de reuniões do Conselho Diretor do Programa de Desestatização e do Programa de Parceiras Público Privada, do governo do estado, ocorridas em setembro de 2023, que comprovam a participação da executiva em que foram deliberadas questões relacionadas à chamada desestatização da Sabesp. Karla Bertocco, também representante da Equatorial na época, tinha envolvimento direto em decisões do governo paulista sobre o processo de privatização.

Bertocco integrava o conselho de administração da Equatorial desde julho de 2022. Em maio de 2023 foi eleita presidente do conselho de administração da Sabesp, quando passou a acumular as duas funções até final do ano passado. Sob condição de anonimato, uma das fontes do jornal Folha de S. Paulo disse achar estranho a profissional abrir mão de receber R$ 1,02 milhão/ano por um salário, no mesmo período, por apenas cerca de 15% deste valor.

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Na representação encaminhada ao MP, Paulo Fiorillo aponta que a atuação de Karla Bertocco nos dois conselhos levanta “sérias preocupações sobre possíveis conflitos de interesse e quanto à transparência do processo de privatização da Sabesp”. Especialistas ouvidos pelo jornal Folha de SP argumentam que pode não ser ilegal, mas é totalmente inadequada a presença da executiva em ambas as empresas.

O documento protocolado junto ao MP afirma, ainda, que “em função destes elementos, é certo que há indícios de decisões comprometidas que podem implicar severos prejuízos ao interesse público, razão pela qual se encaminha o presente a fim de que Vossa Excelência adote as medidas constitucionalmente cabíveis para impedir concretização do prejuízo e responsabilizar os agentes envolvidos”.

Da Redação

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