Eleição na Câmara: Em defesa da democracia, PT decide integrar bloco de oposição a Bolsonaro

A nota da Bancada do PT na Câmara destaca que “é nossa responsabilidade, neste momento em que Bolsonaro tenta tomar de assalto o Parlamento, somar forças com todos e todas que se dispõem a barrar tal pretensão autoritária”. O PT vai construir com os partidos de oposição um programa e um nome para presidência da Casa. 11 partidos divulgaram documento de unidade em torno da defesa da democracia

Gustavo Bezerra

Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (18), o líder do PT, Enio Verri (PR), anunciou que a bancada decidiu participar do Bloco que reúne os partidos do campo da Oposição e de parlamentares que não apoiam o candidato de Bolsonaro para a eleição da próxima Mesa Diretora da Câmara.

“É nossa responsabilidade, neste momento em que Bolsonaro tenta tomar de assalto o Parlamento, somar forças com todos e todas que se dispõem a barrar tal pretensão autoritária”, afirmou o líder do PT.

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que, apesar de aderir ao bloco, o partido tentará construir apoio para que o candidato do bloco seja das siglas de esquerda.

Um documento firmando os compromissos do bloco de oposição a Bolsonaro assinado pelos partidos foi divulgado nesta sexta-feira, 18.

Leia a íntegra da nota da Bancada do PT:

Nota da Bancada do PT sobre a eleição para a Mesa Diretora da Câmara
Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, diante da maior crise da história brasileira, temos o dever de combater, dentro e fora do Congresso, o governo antinacional, antipopular e antidemocrático de Jair Bolsonaro, o maior responsável por milhares de mortes pelo Covid-19 e por dezenas de crimes de responsabilidade.

É, portanto, nossa responsabilidade, neste momento em que Bolsonaro tenta tomar de assalto o Parlamento, somar forças com todos e todas que se dispõem a barrar tal pretensão autoritária.

Assim é que, reunida hoje (18/12), a Bancada do PT na Câmara adotou a seguinte decisão:

Participar do Bloco que reúne os partidos do campo da Oposição e de parlamentares que não apoiam o candidato de Bolsonaro;

Divulgar para a população, e apresentar aos integrantes do Bloco, um programa de defesa da democracia, da participação proporcional nas instâncias dirigentes da Câmara e de intransigente oposição a qualquer revogação de direitos humanos, políticos e sociais;

O PT vai construir com os partidos de oposição um programa e um nome para presidência da Casa.

Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara

ÍNTEGRA DA CARTA DOS PARTIDOS

“Amigas e amigos,

É inegável a projeção que a Câmara dos Deputados ganhou nos últimos dois anos. E é premente entender o porquê disso. Certamente há vários motivos, mas acreditamos que existe uma razão principal.

Ganhamos relevância porque nos tornamos a fortaleza da democracia no Brasil; o território da liberdade; exemplo de respeito e empatia com milhões de cidadãos brasileiros.

Porque enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a Luz.

Este grupo que hoje se apresenta tem muitas diferenças, sim. Porque, diferente daqueles que não suportam viver no marco das leis e das instituições e que não suportam o contraditório, nós nos fortalecemos nas divergências, no respeito, na civilidade e nas regras do jogo democrático.

Para manter a chama da democracia acesa, a Câmara deve ser livre, independente e autônoma, garantindo a nossa sintonia maior, com a sociedade e com o povo brasileiro.

Esta não é uma eleição entre candidato A ou candidato B. Esta é a eleição entre ser livre ou subserviente; ser fiel à democracia ou ser capacho do autoritarismo; ser parceiro da ciência ou ser conivente com o negacionismo; ser fiel aos fatos ou ser devoto de fake news.

É por isso que hoje nos unimos!

Nos fortalecemos na diferença, no respeito às instituições e na liberdade. A Câmara vai escolher se será companheira de um projeto de poder que menospreza as instituições e que por inúmeras vezes sugeriu o fechamento desta Casa, ou se será livre para defender e aprofundar a nossa democracia, preservando nosso compromisso com o desenvolvimento do país.

Certamente, Ulysses Guimarães estaria deste lado aqui e talvez repetira em alto e bom som: eu tenho ódio e nojo das ditaduras.

Somos a União da Democracia e da Liberdade!”

Assinam:
DEM
PT
PSL
PSB
PSDB
CIDADANIA
PDT
REDE
PCDOB
PV
MDB

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