Renato Simões critica oposição por tentar inviabilizar CPMI do Metrô

Deputado ressaltou que a investigação é esperada há muito tempo pelo povo paulista

O deputado Renato Simões (PT-SP) usou a tribuna da Câmara, nesta quinta-feira (7), para ressaltar a importância da instalação da CPMI do Metrô, o que ocorreu no dia anterior, apesar da resistência do PSDB e de seus aliados.

Simões lembrou que este era “um objetivo longamente perseguido pelos petistas de São Paulo, que cansaram de ver os desmandos do governo tucano — desde Mário Covas, passando por Serra e Alckmin —, sem nenhum tipo de efetiva apuração”.

Para o parlamentar, a Assembleia Legislativa de São Paulo foi “manietada” nas suas atribuições de investigação, o Ministério Público foi “amordaçado” e a imprensa funciona “absolutamente sob controle, numa blindagem absurda que, em 20 anos, impediu efetivamente que o Governo de São Paulo fosse fiscalizado”.

Em seu discurso, Renato Simões, que também foi deputado estadual, citou a “batalha pela instalação” da CPMI. “Desde maio, esta CPMI está criada. Apenas no dia 16 de julho, o Senado Federal proclama os membros desta CPI mista das duas Casas do Poder Legislativo. Na primeira sessão posterior ao dia 16 de julho, na terça-feira desta semana, o senador Eduardo Suplicy, o membro mais idoso da CPMI, convoca reunião de instalação, que se efetivou ontem no Senado Federal. E, como tudo nesta tarefa de quebrar a impunidade tucana, a instalação também foi marcada por grandes disputas”, relatou Simões.

“Na véspera, o Governador de São Paulo passeou por Brasília e, a pretexto de reduzir a maioridade penal, se movimentou com agentes políticos e por pouco a CPMI deixou de ser instalada. Apesar da obstrução feita pelos membros da bancada de oposição liderados pelo senador Flexa Ribeiro, que não marcou presença para tentar inviabilizar o quórum para a instalação da CPMI, o senador Eduardo Suplicy abriu os trabalhos com quórum regimental e iniciou, portanto, a instalação da CPMI, que não foi concluída por um impasse que efetivamente aconteceu na designação dos cargos de direção da CPMI”, continuou o petista.

Simões lembra que o PT respeita a prerrogativa da bancada majoritária no Senado, a bancada do PMDB, de indicar o primeiro cargo de direção da CPMI, mas que não aceitará a tentativa da oposição de violar essa prerrogativa. “Se tem alguma bancada com compromisso histórico de fiscalização das irregularidades do governo estadual de São Paulo é a bancada do Partido dos Trabalhadores. Nós não aceitamos, em hipótese alguma, a versão da oposição, que foi comprada por alguns meios de comunicação de massa, de que o PT teve interesse em postergar para setembro o início dos trabalhos da CPMI, pelo contrário, o que nós não poderíamos é respaldar um golpe de mão de última hora para desbancar o partido majoritário de suas responsabilidades na condução da CPMI”, esclareceu Simões.

“Querer responsabilizar o PT e o PMDB por não iniciarem os trabalhos é algo rigorosamente chocante, é algo jocoso, até porque nós temos o total interesse e empenho, tanto é que protocolamos hoje os primeiros requerimentos para o funcionamento da CPMI”, acrescentou o parlamentar paulista.

Renato Simões afirmou que a CPMI está instalada e, com isso, qualquer um dos seus membros já pode cumprir com as atribuições de apresentar requerimentos e de fazer diligências. “Apenas a eleição de presidente e vice-Presidente, a indicação do relator e a aprovação do plano de trabalho infelizmente ficam postergadas para o mês de setembro”, explica Simões.

“Queremos deixar muito claro que, se a oposição quiser efetivamente fazer com que essa CPMI funcione, que ela não tenha a atribuição de tentar sucessivas quebras de quórum para o funcionamento”, concluiu Simões, dirigindo-se “a todos os paulistas, a todas as pessoas do País inteiro que olham as gravíssimas denúncias de mais de 500 milhões de reais de desvios de obras públicas e de serviços do metrô e da CPTM para os descaminhos da corrupção tucana”.

 

Por Rogério Tomaz Jr., do PT na Câmara

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