Repatriados de Gaza deixam Egito rumo ao Brasil em avião da Presidência
Aeronave cedida pelo presidente Lula deixou o Egito às 6h51 desta segunda-feira. No Brasil, o grupo contará com serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Veja passo a passo da operação
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Eram 6h51 desta segunda-feira (13), pelo horário de Brasília, quando a aeronave VC-2, da Presidência da República, decolou do Egito rumo ao Brasil. A bordo, 32 passageiros que deixaram a Faixa de Gaza no domingo (12) e cumprem agora a última etapa do voo de repatriação do Governo Federal. São 17 crianças, nove mulheres e seis homens: 22 brasileiros e dez palestinos familiares dos brasileiros trazidos no décimo resgate da zona de conflito no Oriente Médio.
Um dos rostos mais conhecidos do grupo, Hasan Rabee mostrou nas redes sociais parte desse trajeto, com imagens no ônibus alugado pelo Governo Brasileiro na saída do hotel, a chegada ao Aeroporto Internacional do Cairo e o deslocamento no terminal rumo à aeronave. “Já estamos no aeroporto. Daqui a pouco vamos embarcar e seguimos viagem até Brasília”, postou no Instagram, com uma das filhas no colo agitando uma bandeira brasileira.
Desde que cruzaram a fronteira entre Gaza e o Egito após uma espera de mais de três semanas pela permissão das autoridades envolvidas na guerra, os 32 fizeram a imigração e foram transportados em vans fretadas pela Embaixada Brasileira no Egito até Al-Arish. Lá, almoçaram e tiveram um rápido momento de lazer na praia. Chegaram ao Cairo já à noite, foram recepcionados por equipes médicas e de psicólogos, jantaram, dormiram e tomaram café da manhã nesta segunda, antes de seguirem viagem, sempre acompanhados por equipes de diplomacia nacional.
“Esse é o momento mais importante da minha carreira. Tenho muito orgulho de ter feito parte da missão de evacuação de vocês. Fiquei muito feliz de conhecer vocês, de olhar nos olhos, de escutar as histórias. Acredito que vocês vão iniciar uma bela etapa de uma nova vida. Vocês podem contar com o Estado Brasileiro, com o Itamaraty, com as instituições do Brasil. Vocês vão ver o abraço que o Brasil vai dar em vocês assim que vocês chegarem”, afirmou ao grupo Fernando Bastos Neto, primeiro-secretário da Embaixada Brasileira no Egito, pouco antes do desembarque no aeroporto.
Quando o VC-2 tocar o solo da Base Aérea de Brasília (a previsão é que isso ocorra às 23h30 desta segunda), a Operação Voltando em Paz completará 1.477 passageiros e 53 animais domésticos resgatados (veja na imagem abaixo como se deu a operação passo a passo).
Cerca de 150 militares e 37 profissionais de saúde (13 médicos, nove psicólogos e 15 enfermeiros) se envolveram na logística. Mais de três mil refeições foram servidas em 315 horas de voo sobre 16 países. Na rota até Brasília, estão previstas duas paradas técnicas do VC-2: uma em Las Palmas, na Espanha, e uma segunda já em solo brasileiro, em Recife, na capital pernambucana. Originalmente, havia também uma parada técnica prevista em Roma, na Itália, mas foi possível suprimir a escala.
Acolhimento e abrigo no Brasil
Na chegada ao Brasil, o Governo Federal tem uma operação de acolhimento preparada. Em complemento ao apoio de suas famílias no Brasil, eles terão à disposição serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Ficarão dois dias hospedados em Brasília para descanso numa estrutura da FAB.
“Há todo um esquema de recepção. Um sistema de apoio e acolhimento em que serão oferecidos identidade, permissão de trabalho, acesso ao Sistema Único de Saúde, à rede de apoio social para refugiados, além da regularização da situação de cada um”, explicou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, numa coletiva de imprensa neste domingo.
“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, mas uma parcela significativa, quase metade, não tem onde ficar. O Governo Federal já preparou, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas no interior de São Paulo”, explicou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Não há prazo específico para o atendimento que será fornecido aos repatriados. “Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao país. Não há prazo limite fixado. Estamos prontos para recebê-los da melhor forma. Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados da forma mais completa, mais digna, sem prazo”, completou Arruda Botelho.
Da Redação, com informações do site do Planalto