Ricardo Bimbo, sobre IA: “O Brasil está em posição estratégica”
Em entrevista ao Café PT, especialista do partido fala sobre investimentos em ciência e tecnologia e seu uso nas eleições municipais
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O avanço da inteligência artificial no Brasil tem sido um ponto central nas discussões sobre inovação e inclusão tecnológica. Recentemente, o presidente Lula destacou a importância da criação do Plano Nacional de Inteligência Artificial, que prevê investimentos robustos de R$ 23 bilhões ao longo dos próximos quatro anos, visando colocar o Brasil na vanguarda global. Convidado do programa Café PT desta quarta-feira (28), Ricardo Bimbo, Coordenador do Setorial Nacional de Ciência, Tecnologia e Informação do partido, tratou sobre o assunto e abordou outras questões cruciais relacionadas, como a regulamentação do uso da IA e as fake news.
Inclusão e inovação nas candidaturas
O trabalho do setorial, sob a liderança de Ricardo e outros especialistas, tem sido fundamental para apoiar as candidaturas do partido em todo o país. Foram criados grupos específicos para abordar a tecnologia da informação nas campanhas. Segundo Bimbo, a mensagem-chave é de “inovação, inclusão, sustentabilidade e soberania”.
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Além disso, ele ressaltou a necessidade de candidatas e candidatos se prepararem para enfrentar as fake news. “É importante ampliar essas redes de monitoração e acompanhamento (…) para manter um debate democrático e ampliado nas nossas cidades”. O uso propositivo da inteligência artificial pode ajudar a combater a desinformação e garantir que o debate político seja baseado em fatos e responsabilidade.
Plano Nacional de Inteligência Artificial
O Plano Nacional de Inteligência Artificial, desenvolvido por cientistas nacionais, inclui a aquisição e desenvolvimento de um supercomputador. Ricardo Bimbo destacou a importância dessa infraestrutura para o país. “A ideia é que o Brasil tenha o quinto maior do mundo”, afirmou, lembrando que a garantia de que os dados sejam armazenados e processados dentro do território nacional fortalece nossa soberania digital.
Segundo Ricardo, o país está bem posicionado no cenário de inteligência artificial, devido ao uso de energia renovável. O governo pretende utilizar esse parque energético para impulsionar o desenvolvimento tecnológico. “Quanto mais inteligência artificial, mais processamento, quanto mais processamento, mais energia. E isso coloca o Brasil numa posição estratégica no mundo”, afirmou.
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Marco regulatório
O marco regulatório da inteligência artificial, atualmente em debate no Senado, também foi um dos temas abordados. Bimbo explicou que o projeto de lei, proposto pelo senador Rodrigo Pacheco, ainda enfrenta desafios, principalmente devido à pressão das grandes multinacionais e Big Techs.
“Não é o projeto ideal, mas é o possível nesse debate”, comentou, destacando a importância de avançar com a regulamentação. O objetivo é garantir que as operações das plataformas sejam, sim, lucrativas, mas “com responsabilidade e com regras”.
O avanço da tecnologia e da inteligência artificial no Brasil é uma questão que envolve inovação, inclusão e responsabilidade. O país está se posicionando para ser um importante ator no cenário global, ao mesmo tempo que busca proteger seus cidadãos dos perigos da desinformação e garantir que seus benefícios sejam amplamente distribuídos, promovendo inclusão digital, oportunidades estratégicas e desenvolvimento.
Da Redação