Rogério: democracia, participação popular e aliança progressista, prioridades para vitória em BH

Pré-candidato à prefeitura, deputado federal falou sobre suas propostas para a capital mineira durante entrevista ao Café PT

Reprodução/TvPT

Rogério: “Precisamos de unidade em torno de um programa para fazer Belo Horizonte avançar“

Autor do maior volume de emendas da atual legislatura federal para Belo Horizonte, no valor de R$ 17 milhões, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), pré-candidato a prefeito, se dedica à luta em defesa da democracia, à escuta das demandas população da capital mineira e às conversas para a união do campo progressista rumo a vitória nas próximas eleições.

“Precisamos de unidade em torno de um programa para fazer Belo Horizonte avançar, por isso a gente precisa ouvir o povo. Realmente a prefeitura perdeu esse poder de escuta”, declarou ele em entrevista nesta sexta-feira (14) ao programa Café PT.  Além da federação PT/PV/PCdoB, Rogério informou que está trabalhando alianças com o PSol e Rede; e o PDT, “que tem a candidatura da (deputada federal) Duda Salabert, que é muito importante que venha com a gente”, afirmou.

“Com apoio do presidente Lula, o tempo (de tv) e a projeção que o partido tem na cidade, acho que a gente tem condições de reunir esse grupo para levarmos a vitória no segundo turno”, salientou, ao citar as conversas com o PSB e o MDB, que tem candidato mas é um partido aliado. “O que pudermos trazer do campo progressista é bom para garantir a ida ao segundo turno e vencer as eleições”, assinalou.

Ao ocupar a cadeira de prefeito, Rogério garantiu que vai abrir canais de escuta. “O povo precisa ser ouvido, a prefeitura abandonou isso. Vou reaver os conselhos, reabrir as regionais. Os conselhos de saúde, educação, de cultura, que hoje são burocráticos, vão passar a fazer parte da administração”, anunciou, ao lembrar que as regionais eram uma espécie de subprefeituras, onde muitos problemas locais eram resolvidos, e a população era ouvida.

 BH terá Orçamento Participativo de volta

“Vamos voltar com o Orçamento Participativo e vamos ter uma nova modalidade de democracia participativa que estou chamando de territórios de cidadania. Vamos implementar onde o índice de desenvolvimento humano é menor, para que esses territórios tenham todas as políticas públicas, com o povo participando da construção dessas políticas públicas em conselhos, através das associações, das escolas e das igrejas. Isso é uma novidade”, destacou. “Quero fazer na cidade, acho que é uma experiência que vai bombar para o Brasil inteiro”, previu.

Abandonado pelas últimas gestões, o Orçamento Participativo, que começou na gestão Patrus Ananias (1993-1996), é considerado “uma beleza” por Rogério. Segundo ele, a periferia da capital mineira tem inúmeras obras escolhidas no processo participativo.

BH volta a ter atenção do governo federal

Belo Horizonte tem hoje, segundo o deputado, um tratamento do governo do presidente Lula completamente distinto do que era dado pelo governo anterior, que era simplesmente “desconhecer” a cidade. “Sou vice-líder do presidente na Câmara, e isso me ajuda na relação com os ministérios, para levar para Belo Horizonte coisas boas”, apontou.

A capital mineira precisa de muitas obras em encostas, que já têm verba do PAC, além de obras de saneamento e de trânsito. “É muita coisa em Belo Horizonte, já foram R$ 3,5 bilhões em obras do PAC. São obras caras que precisam do governo federal”, ressaltou.

Na área de educação, Rogério disse que o presidente Lula deu um Instituto Federal de presente para Belo Horizonte. “É o que existe de melhor em educação no ensino médio”, exaltou, ao falar da sua luta que garantiu a decisão de instalação do novo instituto no Barreiro, uma região operária, onde houve clamor popular pela implantação.

 Saúde é prioridade das verbas do mandato

Nascido no bairro Carlos Prates, Rogério é professor e foi vereador por 10 anos. Foi deputado estadual e, como deputado federal, na atual legislatura investiu R$ 13 milhões, dos R$ 17 bilhões enviados para BH, na área da saúde, para hospitais, atendimento de consultas especializadas e colocação de ar-condicionado em centros de saúde.

“Um milhão de reais para colocar ar condicionado para os trabalhadores e pacientes”, disse ele, ao falar de outra emenda para compra de novos uniformes para os agentes comunitários de saúde, emendas na área de educação e segurança pública. “Foram R$ 9 milhões para a colocação de câmeras nos uniformes da guarda civil, e mais R$ 4 milhões para Contagem, onde nossa prefeita Marília Campos é do PT”, detalhou o parlamentar.

Preservação da Serra do Curral

Na área ambiental, Rogério pretende conseguir com o presidente Lula a implantação de um parque nacional na Serra do Curral. “Vamos tirar de lá aquelas mineradoras, preservar a Serra do Curral porque ali se preserva o melhor clima para Belo Horizonte, aquela beleza que é a Serra, que atrai muitos turistas”.

O outro objetivo é audacioso, disse Rogério, mas é viável. “Estamos fazendo um estudo para plantar uma árvore por habitante, o que significa plantar mais de dois milhões de árvores. Vamos criar um outro clima na cidade”, previu o deputado, ao classificar como absurda a decisão do atual prefeito de cortar árvores para ter corrida de stock-car na área do Mineirão sem ouvir a população e nem mesmo a reitora da UFMG, Sandra Goulart. “Se tivesse escutado não fazia essa bobagem, acabou ganhando o apelido de motosserra”, pontuou o deputado.

 “BH está atrasada na mobilidade urbana”

Sobre o metrô, Rogério disse que foi contra a privatização e que está fiscalizando para que a empresa cumpra o contrato, que inclui a linha 2, que vai do Calafate até o Barreiro, a construção de sete estações e reforma nas outras, além de trecho da linha que vai do Eldorado ao Novo Eldorado. 

“Vamos ter que discutir o bilhete único. BH está muito atrasada nessa questão da mobilidade urbana. Vamos ter que colocar o dedo nessa ferida, as empresas de ônibus têm um cartel muito grande, elas são poderosas, mas vamos acabar com esse contrato que dá moleza a elas. O contrato acaba ano que vem, então vamos licitar empresas que alimentem o metrô e que tenham ônibus de qualidade”, assinalou.

Anel Rodoviário

Outro investimento importante para a cidade é o Anel Rodoviário. “O presidente Lula mandou dinheiro para dois viadutos e faltam seis. Estou fazendo essa ponte entre BH e Brasília”, informou o deputado, que falou também sobre o projeto do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, chamado Ruas Visíveis. O deputado quer aproveitar essa política pública para que BH saia da triste posição de segunda capital do país com mais moradores de rua. 

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Relação do governador com Lula

Sobre o governador de Minas, Romeu Zema, o deputado observa que ele não costuma conversar com o governo Lula, embora já tenha entendido que não consegue administrar o estado sem o Executivo federal, cujas ações têm grandes avanços com o PAC, com destaque para a duplicação da BR 381, um compromisso do presidente. 

“Ele [Lula] já garantiu e estamos fazendo processo de licitação, é obra importante do PAC”, destacou Rogério, ao citar obras no Anel Rodoviário e do Minha Casa Minha Vida.

 Atuação de Lula protegeu a democracia

Parlamentar de ação decisiva na CPMI do 8 de janeiro, Rogério destacou a atuação do presidente Lula na defesa da democracia. 

“É um governo de salvação nacional, é bom sempre lembrar isso. Nós tivemos a beira de ter um golpe de estado no Brasil que acabaria com a democracia. Essa CPMI provou ‘por A mais B: o ex-presidente Jair Bolsonaro, junto com a sua cúpula, tentou dar um golpe de estado no Brasil e abolir o sistema democrático. Se o presidente Lula não tivesse sido firme naquele momento, e unificado o Supremo Tribunal Federal e o Poder Legislativo, nós estaríamos hoje sob uma ditadura. Nos livramos também do governo Bolsonaro, que foi destruição dos serviços públicos, destruição geral do estado”, lembrou.

Superada a tentativa de golpe, Rogério vê a reconstrução do país e seus efeitos: o comércio aumentando as vendas, mais empregos com carteira assinada, aumento da renda dos trabalhadores, a volta dos programas sociais, aumento das verbas para as universidades, o programa Pé de Meia de combate a evasão escolar, aumento das creches, escola de tempo integral.

“É outro país”, exaltou, ao falar dos avanços na saúde, o Bolsa Família com valor maior.  “Tudo isso melhorou no Brasil e vai melhorar muito mais”, ressaltou.

Combate global à extrema direita 

A convite da CPI do Capitólio, que investigou os atentados terroristas contra a democracia nos Estados Unidos, Rogério esteve recentemente em Washington, onde conversou com deputados democratas. “O sentimento é o mesmo, a ultra direita está fazendo uma espécie de ‘internacional fascista de ultradireita e antidemocrática’. Lançamos a ideia de uma frente democrática e antifascista no mundo para fazer frente a esse absurdo porque não podemos permitir que isso volte”, salientou.

Ao final, Rogério agradeceu à presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e à secretária de Finanças e Planejamento do partido, Gleide Andrade, pelo apoio nos diálogos pela ampliação das alianças.

“Isso vai trazer um conjunto de militantes para, além de nós do PT, furar a bolha bolsonarista e ganhar a eleição, estamos muito animados”, ressaltou.

Da Redação

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