‘Rolezinho com Chico’ reúne mais de 24 mil contra ódio e intolerância
Evento criado no Facebook convida pessoas para um “passeio” nesta terça-feira (29) com o cantor pelo bairro do Leblon, no Rio de Janeiro; a iniciativa surgiu após as agressões verbais sofridas por Chico no último dia 21
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Mais de 24 mil pessoas já confirmaram presença no evento criado no Facebook que convida para um “Rolezinho com Chico Buarque no Leblon”. O “passeio” acontecerá nesta terça-feira (29), a partir das 19h.
A iniciativa surgiu após as agressões verbais e intimidações sofridas por Chico Buarque no último dia 21 de dezembro, no Rio de Janeiro.
O motivo das agressões seria o apoio do artista declarado ao PT e ao governo da presidenta Dilma Rousseff.
As provocações teriam partido de um grupo de jovens entre 20 e 30 anos, entre eles o filho do empresário Álvaro Garnero e o rapper Tulio Dek.
“Petista, vá morar em Paris. O PT é bandido”, gritaram ao cantor. Chico se defendeu dizendo que a posição do grupo era influenciada por veículos de comunicação e retrucou: “Eu acho que o PSDB é bandido”.
Outros casos de ódio – Infelizmente, a agressão sofrida por Chico Buarque não foi o único caso de intolerância e crime de ódio que o Brasil testemunhou este ano.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, foi hostilizado, no dia 8 de novembro, em um bar de Belo Horizonte (MG). Segundo o ministro, ao sair do local, acompanhado pelo secretário-adjunto estadual de Educação, Carlão Pereira (PT), e as esposas, um grupo começou a gritar e agredi-los verbalmente.
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega também foi agredido verbalmente, no final do mês de maio, por dois empresários em um restaurante em São Paulo. Após entrar na justiça, Mantega concedeu seu “perdão” aos agressores, exigência da lei para que a ação judicial seja suspensa.
No dia 11 de setembro, o casal de professores aposentados da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Walquiria Domingues Leão Rego e Rubem Leão Rego, foi agredido pelo vizinho, pelo simples fato de apoiarem o Partido dos Trabalhadores e a presidenta Dilma Rousseff.
O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, foi hostilizado por um grupo de manifestantes enquanto caminhava pela Avenida Paulista, em São Paulo (SP), no dia 29 de agosto deste ano.
Dias antes, a mesma avenida foi palco de outra cena de intolerância, desta vez contra o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). O petista teve o passeio de bicicleta interrompido por gritos e insultos de um casal durante a inauguração de novo trecho da ciclovia.
Apoios – Após as agressões contra Chico Buarque, diversas pessoas fizeram questão de manifestar seu apoio ao cantor, como a presidenta Dilma Rousseff, que usou sua página oficial no Facebook para publicar mensagem de solidariedade.
“Minha solidariedade a Chico Buarque, um dos maiores artistas brasileiros, que foi hostilizado no Rio por conta de suas posições políticas”, afirmou a presidenta.
“É preciso respeitar as divergências de opinião. A disputa política é saudável, mas deve ser feita de forma respeitosa, não furiosa. Reafirmo meu repúdio a qualquer tipo de intolerância, inclusive à patrulha ideológica”, completou Dilma.
Além da presidenta, o cineasta Cacá Diegues, o ator, escritor e humorista Gregório Duvivier, e o jornalista e escritor Eric Nepomuceno, que estava com Chico Buarque no momento das agressões, também repudiaram o episódio de intolerância e ódio contra Chico.
Da Redação da Agência PT de Notícias