Sabesp lidera ranking de tarifa de água no Sudeste
Desde final de 2013, empresa aplicou 33,29% de reajuste em São Paulo, contra menos de 17% no Rio de Janeiro (Cedae) e 22% em Minas Gerais (Copasa)
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Com reajuste acumulado de 33,29%, nos últimos 18 meses, a Sabesp lidera o ranking das tarifas de água e esgoto, entre as principais capitais do Sudeste, onde a crise hídrica atinge o consumidor de forma generalizada.
O caso foi parar na Justiça esta semana. Uma ação civil pública apresentada pela Proteste, instituição de defesa do consumidor que atua no estado, alega que os aumentos são abusivos e pede a devolução ao consumidor, em dobro, do que for comprovadamente considerado além do razoável no julgamento da ação – e que a instituição julga ser 7,88%.
Na conta do reajuste da tarifa na capital paulista estão incluídos, além da correção de 2013, de 5,49%, as atualizações de 27 de dezembro de 2014, de 6,49%, e o índice de 15,24% que entra em vigor a partir de junho.
O índice paulista representa 50,3% a mais de aumento que os reajustes aplicados pela Copasa, em Minas, num total de 22,14%, em quase igual período. O valor é também 98,15% acima do que a Cedae, companhia de águas do Rio de Janeiro, reajustou aos consumidores cariocas a partir de novembro de 2013: 16,8%.
No caso de BH, foi considerado o reajuste que será aplicado a partir de 13 de maio, de 15,04%. O próximo reajuste no Rio, de 4,5%, terá caráter extraordinário e entra em vigor no dia 23 dia maio, dez dias depois do de BH.
Consultada, a Agência Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura Viária do Espírito Santo (Arsi), de Vitória, capital que também padece de riscos de desabastecimento devido aos baixos estoques, não forneceu os índices de aumentos na capital capixaba a partir de 2013 até o fechamento desta edição.
A Agência de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) se negou a conceder 23% solicitados pela Sabesp em março, autorizando apenas pouco mais de 15% – mas, na verdade, se considerados os seis últimos meses, esse índice já está atendido. Se tivesse concedido, os aumentos já somariam mais de 40%.
Mas nem todos esses aumentos para solucionar os baixos índices de estoques, especialmente no sistema Cantareira, trouxeram alento à população do estado, em poder do PSDB desde 2003. O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, afirmou na terça-feira (5) que o reajuste menor que o solicitado vai paralisar obras destinadas a resolver o problema da falta de água.
“Nós pedimos 23% com consciência de que isso era o necessário, como a Arsesp nos deu 15%, essa diferença significará que algumas obras que nós tinhamos intenção de começar em 2015 serão postergadas”, declarou ao jornal SPTV, da Rede Globo.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias