São Paulo tem a maior taxa de prisão entre jovens negros do País
Em 20 anos de governo PSDB, o estado não construiu nenhuma universidade, mas criou 53 penitenciárias
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Dados da pesquisa Mapa do Encarceramento: os Jovens do Brasil, divulgados pela Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), nesta quarta-feira (3), mostram que São Paulo tem a maior taxa de encarceramento de negros no país.
O estado, governado pelo PSDB há 20 anos, tem 595 presos negros a cada grupo de 100 mil habitantes negros. A pesquisa usou dados gerados pelo Sistema Integrado de Informação Penitenciária (InfoPen) entre os anos de 2005 e 2012.
No Brasil, os negros são presos uma vez e meia a mais que os brancos. Em São Paulo, o número sobe para dois. O único estado que tem a taxa de brancos presos maior que a de negros é o Amapá.
Os dados refletem a política de prioridades dos governos tucanos. O governo paulista, desde a gestão de Mário Covas, não criou nenhuma universidade estadual. Porém, construiu 53 penitenciárias e 162 unidades prisionais, de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária do governo de São Paulo.
Entretanto, o estado conta com somente três universidades estaduais. A Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas.
Em 2012, segundo a pesquisa da SNJ, 1% das pessoas presas eram formadas no ensino superior. Em contraponto, 37% dos detidos não chegaram a completar o ensino fundamental.
Mortes – Ainda segundo estudo da SNJ, os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens de 15 a 29 anos no Brasil e atingem principalmente jovens negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos.
Dados do Ministério da Saúde mostram que mais da metade dos 56.337 mortos por homicídios em 2012 no Brasil eram jovens, cerca de 52%. Desses, 77% eram negros. De acordo com o Mapa da violência o grupo composto por jovens negros está mais sujeito a mortes violentas do que outros segmentos populacionais.
Nos homicídios durante o período de 2002 a 2012, houve uma queda do número de mortes na população branca e aumento nos números de mortes da população negra. Cerca de 73% mais negros foram assassinados do que brancos.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias