Séculos de engano
O ator e vendedor Vinícius Romão de Souza, depois de 16 dias foi finalmente libertado
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Depois de passar 16 dias preso numa cela comum e superlotada da Cadeia Pública de São Gonçalo, no Rio, o ator e vendedor Vinícius Romão de Souza foi finalmente libertado hoje.
A copeira Dalva Moreira, vítima do roubo que motivou a prisão, deu novo depoimento e alegou ter se enganado ao reconhece-lo como o suposto ladrão.
“Não guardo rancor. Ela estava nervosa, e infelizmente me confundiu.”, disse Romão pouco depois de ser solto.
O fato reúne elementos de mais um provável caso estarrecedor de racismo.
Desses que acontecem há séculos e nos fazem lembram que há um longo caminho a percorrer na busca da sonhada igualdade racial.
Romão é negro e pobre, perfil da vítima preferencial dos casos de racismo que ainda envergonham o cotidiano brasileiro.
Uma realidade contra a qual o #PT e o governo federal se insurgem com posturas firmes e programáticas.
O episódio envolve a mistura de coincidência trágica, preconceito e uma sucessão de trapalhadas policiais.
O policial civil que socorreu a vítima estava de folga e não seguiu o manual de procedimentos para identificação da autoria.
Romão estava sem o dinheiro e qualquer dos pertences subtraído da vítima.
Mesmo assim, a polícia lavrou o flagrante sem ouvir testemunhas ou anexar qualquer prova material do crime.
A corregedoria da Polícia Civil apura se houve irregularidades na prisão do ator. É o mínimo, mas ainda é muito pouco.
O caso exige a presença do Ministério Público à frente da investigação, no seu papel de controlador externo da atividade policial.
Isso para evitar que o corporativismo possa vir a contaminar o resultado.
#NãoaoRacismo
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