Sem anistia: integrantes da CPMI do Golpe vão a Gonet e cobram punição para envolvidos

Deputado federal Rogério Correia (PT-MG) e outros parlamentares foram recebidos, na terça-feira (5), pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e pediram celeridade no processo da tentativa de golpe e outros casos que envolvem Jair Bolsonaro e seu grupo criminoso

Marcelo Camargo/Agência Brasil - Site do PT

A cara do golpe: parlamentares cobram que Bolsonaro seja punido por todos os crimes que cometeu

O deputado Rogério Correia (PT-MG) e outros parlamentares que integraram a CPMI do Golpe se reuniram, na tarde de terça-feira (5), com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, para cobrar celeridade no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. Ao site do PT, o deputado relatou que o grupo de congressistas reforçou posição contrária a qualquer tipo de anistia para os envolvidos.

“O que nós solicitamos e falamos com o procurador é a pressa desse assunto, a celeridade do processo. Afinal de contas, a tentativa de golpe já vai completar dois anos, foi em 8 de janeiro 2023, então precisa ter uma agilização desse procedimento”, afirmou Correia, sublinhando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda está aguardando o recebimento desse inquérito para decidir sobre uma eventual apresentação de denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“É o inquérito maior. A Polícia Federal tem informado que pretende terminá-lo agora no mês de novembro”, disse o parlamentar, destacando que a PF colheu novos elementos sobre o caso a partir do acesso ao celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, por meio de uma senha.

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Correia ressaltou que os inquéritos relativos ao roubo e venda de joias da União e à falsificação de cartões de vacina, dos quais Bolsonaro também é alvo, já estão na PGR. Até o momento, porém, o órgão não se decidiu sobre apresentação de denúncia.

Participaram também da reunião na PGR a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), e deputados federais Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).

“Sem anistia para golpista”

Rogério Correia também falou sobre a reunião pela rede social X. “Conversamos sobre a expectativa para a chegada da terceira parte do inquérito da PF que incrimina Bolsonaro pela tentativa de golpe no Brasil. Seguimos vigilantes e atentos para que não haja anistia”, enfatizou.

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No vídeo da postagem, Eliziane Gama relatou que foi uma reunião muito importante para acompanhar o desdobramento do relatório da CPMI do 8 de Janeiro e “dizer que estamos atentos em relação às denúncias que virão desse relatório em relação àqueles que participaram diretamente dos atos do 8 de Janeiro”.

Além disso, Jandira Feghali falou sobre a expectativa pela conclusão do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado. “Estamos absolutamente ansiosos para que a Polícia Federal conclua, para que possa chegar à PGR e que siga para julgamento no Supremo Tribunal Federal”, afirmou a deputada. Em coro, o grupo exigiu: “Sem anistia para golpista”.

Inelegível põe extrema direita na berlinda

“Bolsonaro está em apuros. Ele teve uma derrota grande porque precisava de uma vitória acachapante e agora começa a sentir que a própria direita não tem nele a única alternativa. E ele, inelegível, e com a possibilidade real de prisão, vai colocar também a extrema direita na berlinda”, analisou Rogério Correia, em entrevista ao canal Diário do Centro do Mundo (DCM), horas antes de se encontrar com Gonet.

No Congresso, deputados bolsonaristas vergonhosamente tem tentado viabilizar um projeto para anistiar aos condenados por participação na tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

O relatório final da CPMI dos Atos Golpistas, aprovado dia 18 de outubro de 2023, atribuiu a Bolsonaro o crime de golpe de Estado e pediu seu indiciamento e de 60 de seus apoiadores. A comissão identificou o núcleo duro que agiu ao lado do ex-presidente, o que inclui 30 militares, sendo oito deles generais

À época, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), considerou a aprovação um momento histórico. “Que sejam punidos para que nunca mais sequer pensem em repetir o 8 de janeiro. É assim que a democracia se fortalece”, postou ela, nas redes sociais.

Da Redação

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