Brasil e Egito ampliam parceria: “Com Lula, trabalho não para”, senadores celebram acordos

Presidente Lula durante reunião com o presidente do Egito, Abdel Fatah El-Sisi, no Palácio Presidencial de Heliópolis, no Cairo (Egito)

Ricardo Stuckert

Presidente Lula durante reunião com o presidente do Egito, Abdel Fatah El-Sisi, no Palácio Presidencial de Heliópolis, no Cairo (Egito)

A mistura do Brasil com Egito nunca deu tão certo. Nesta quinta-feira (15/2), os presidentes dos dois países, Lula e Abdel Fattah Al-Sisi, assinaram atos bilaterais para fortalecer as relações comerciais – entre eles, um protocolo que vai facilitar a exportação de carnes brasileiras. A cerimônia ocorreu na capital egípcia, Cairo.

O Egito é o maior importador de carne de aves do Brasil, e um dos seis maiores importadores de carne bovina brasileira. O país é o nosso segundo maior parceiro comercial no continente africano.

A expectativa agora é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina e que seja anunciada a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.

Para os senadores do PT, a ida de Lula ao Egito reforça a atuação do governo federal para expandir ainda mais as exportações brasileiras e aproximar o Brasil ainda mais do continente africano.

“Com Lula, o trabalho não para: novo acordo assinado entre o Brasil e Egito vai aumentar importação de carne brasileira”, celebrou o senador Humberto Costa (PT-PE).

Para o senador Jaques Wagner (PT-BA), a viagem de Lula fortalece os laços do Brasil com os países africanos.

“O presidente Lula está no Egito, em visita oficial para aproximar o Brasil dos países da África e do Oriente Médio. Sempre levando uma mensagem de paz, o Brasil volta a apoiar a iniciativa egípcia de criação de uma Zona Livre de Armas no Oriente Médio”, destaca.

“Vamos avançar ainda mais, com acordos e tratativas comerciais para fortalecer as áreas de ciência e tecnologia e agricultura dos dois países”, acrescenta Wagner.

As relações comerciais entre o Brasil e o Egito ganharam novos contornos no último ano, com a abertura do mercado egípcio para diversos produtos brasileiros, como peixes e derivados, carne de aves, algodão, bananas e gelatina e colágeno.

Só em 2023, o comércio bilateral entre os dois países chegou a US$ 2,8 bilhões (sendo US$ 489 milhões em produtos egípcios importados pelo Brasil e US$ 1,83 bilhão em produtos brasileiros exportados), atrás apenas da Argélia, com US$ 4,2 bilhões. O país africano também se tornou integrante do Brics em 2024 e participará do G20 a convite do governo brasileiro, que preside o bloco até dezembro.

“Assinamos nesta visita importantes acordos nas áreas de ciência e tecnologia e agricultura, que contribuirão para o desenvolvimento de áreas estratégicas”, resumiu Lula em seu discurso. O presidente brasileiro citou ainda que a entrada em vigor de entendimento no setor aéreo vai permitir voos diretos entre Brasil e Egito para favorecer o intercâmbio bilateral

Exportação de carne

O protocolo para exportação de carnes cria uma equivalência dos sistemas de inspeção de carnes, também conhecido como pre-listing. A medida facilita as exportações brasileiras de carnes bovina, suína e de aves para o Egito.

Antes deste acordo, a renovação da habilitação de estabelecimentos brasileiros para exportação exigia auditorias presenciais por parte das autoridades egípcias. O procedimento implicava altos custos para os exportadores, sobrecarregava os auditores do ministério e limitava o número de estabelecimentos autorizados a exportar. Desde 2019, cerca de 30 estabelecimentos brasileiros estavam na “fila de espera” para a habilitação.

Agora, as instituições certificadas pelo Brasil serão automaticamente reconhecidas pelo Egito, que tem o direito de visitar os estabelecimentos sempre que julgar pertinente para verificar o cumprimento dos requisitos.

Ciência e tecnologia

Além do protocolo sobre carnes, os dois países também assinaram um memorando de entendimento na área de ciência, tecnologia e inovação.

O texto pretende elevar a cooperação bilateral na área e incentivar a colaboração entre empresas, universidades e institutos de pesquisa, incluindo projetos conjuntos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, intercâmbios de pessoal e seminários.

O texto do acordo prevê oportunidades de intercâmbio e desenvolvimento para pesquisadores, estudantes e funcionários universitários, organização conjunta de eventos, intercâmbio de startups, chamadas conjuntas de pesquisa, intercâmbio de informações.

Aliança contra a fome

Ainda hoje, o presidente Lula irá lançar hoje duas iniciativas: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

A ação de combate a fome é uma iniciativa do presidente Lula, que começou a ser trabalhada quando o Brasil assumiu a chefia do G20, grupo que reúne as maiores economias do planeta. O objetivo é criar uma força-tarefa específica do grupo de países para adotar medidas emergenciais contra a fome e a pobreza no mundo, principalmente em países africanos.

Já a força-tarefa para a mobilização contra a mudança no clima, também defendida por Lula no G20, visa promover o diálogo de alto nível entre governos, instituições financeiras e organismos internacionais para implementar os objetivos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Acordo de Paris.

Essa é a segunda viagem oficial do presidente ao continente africano em seu terceiro mandato. Ao fim da visita, a delegação brasileira embarca para Adis Abeba, capital da Etiópia, onde o presidente Lula irá participar como convidado da Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, nos dias 16 e 17.

Do PT no Senado

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