Servidores pedem saída de ministro golpista após áudio vazar

Fabiano Silveira “demonstrou não preencher requisitos de conduta necessários para estar à frente do órgão que zela por transparência e combate à corrupção”, diz nota do sindicato

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasi

Um grupo de servidores da extinta Controladoria-Geral da União (CGU) fez um protesto nesta segunda-feira (30) para pedir a saída de Fabiano Silveira, ministro de Transparência, Fiscalização e Controle do governo golpista de Michel Temer.

A motivação maior do protesto é a desarticulação da CGU pelo governo golpista, com esvaziamento de funções e redução da independência para fiscalizar desde que se criou o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle ligado diretamente à Presidência da República.

Mas os servidores protestam também pela revelação do conteúdo de áudios em que Silveira aparece conversando com Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, e dando dicas de como se portar e se defender na Operação Lava Jato quando ainda era integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na semana passada, outro áudio comprometedor derrubou o ministro golpista Romero Jucá, que aparece articulando o impeachment da presidenta eleita, Dilma Rousseff, para “estancar a sangria” da Lava Jato.

Fabiano Silveira foi impedido de entrar no gabinete pelos servidores contrários à sua permanência no cargo. O carro de Silveira foi cercado por manifestantes assim que chegou à sede da CGU. Ele acabou deixando o local. Em seguida, os servidores lavaram a fachada do prédio. Chefes de 23 representações estaduais da Controladoria Geral da União e outros 200 ocupantes de cargos de direção e assessoramento superior anunciaram que vão deixar seus cargos se ele não for exonerado.

Em nota, o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon) pede a saída de Fabiano Silveira da nova pasta, ao exigirem “respostas rápidas e assertivas” de Temer. Na avaliação dos servidores, Silveira “demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e pelo combate à corrupção”, escrevem na nota.

A extinção da CGU e a criação do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle também são criticadas. Para os servidores, as mudanças “tiveram por objetivo enfraquecer a atuação do órgão [CGU], com implosão de sua identidade institucional, o esvaziamento de suas prerrogativas e a ingerência política sobre os acordos de leniência”. Por isso, o “Unacon Sindical exige imediata exoneração do ministro”.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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