Sindicalistas são impedidos de acompanhar votação na Câmara
O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), não abriu as galerias para que pudessem acompanhar o debate sobre a reforma política
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Integrantes de centrais sindicais e manifestantes contrários ao projeto de reforma política em votação na Câmara, nesta terça-feira (26), foram impedidos de acompanhar a sessão plenária. O acesso às galerias foi fechado por ordem do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
A Polícia Legislativa Federal e Polícia Militar fizeram uma barreira no anexo II da Câmara para que nenhum cidadão pudesse acompanhar a votação da pauta. Deputados do PT deixaram o plenário para demonstrar a apoio e incentivar a luta dos sindicalistas.
O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) criticou a postura do presidente da Casa de fechar as galerias e impedir que os cidadãos possam assistir a votação. “Uma proposta que começa deixando o povo do lado de fora é uma vergonha. Nós do PT repudiamos essa ação”, declarou.
“Vamos fazer de tudo para que essa proposta não seja aprovada e para que esse retrocesso não aconteça”, completou.
Para o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), o foco do partido é vetar o “distritão”. Para resolver a questão, o parlamentar defende o plebiscito constituinte como forma de ouvir a vontade popular. “Defendo que o povo descida a política que quer ter. Um povo que não luta por isso terá a política que vier”, afirmou.
De acordo com o deputado Padre João (PT-PB), o interesse da maioria dentro da Câmara é de que o poder econômico continue dominando a decisões do parlamento.
“Essa proposta de emenda à constituição (PEC) consolida o imperialismo econômico dentro da Casa. As decisões são pautadas pelas grandes empresas e seus interesses”, afirmou. Segundo ele, dois terços dos eleitos são patrocinados pelas empresas.
A deputada Erika Kokay (PT-DF) disse a reforma política precisa ser uma reforma que represente o povo e defendeu a cota de 30% de cadeiras para as mulheres dentro da política. “Nós somos o penúltimo país da américa com representação feminina na Câmara. Queremos 30% de representação feminina e a sociedade deve se manifestar sobre isso”, disse.
Os manifestantes deixaram a entrada do anexo II por não conseguirem autorização para acompanhar a votação.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias