Sinésio Campos propõe moção de repúdio à declaração de Bolsonaro

O deputado Sinésio Campos (PT/AM), fez críticas ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, em relação ao pouco caso que ele vem fazendo em relação à pandemia mundial pelo Convid-19 (coronavírus), que avança com contágios e mortes no Brasil e que já fez uma vítima fatal no Amazonas.

O parlamentar também propôs a aprovação, pelos deputados, de uma moção de repúdio à declaração do presidente, em cadeia de rádio e televisão nacional, nesta terça-feira (24), quando este denominou a pandemia de gripezinha e resfriadinho.

As críticas a Bolsonaro e a proposta da moção de repúdio foram feitas em pronunciamento do deputado Sinésio Campos durante a sessão virtual realizada, na manhã desta quarta-feira (26), pela Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), bem como a protocolização do requerimento da moção à Mesa Diretora da Casa.

Sinésio Campos também voltou a fazer alerta sobre o livre trânsito (entrada) de estrangeiros em Tabatinga e em São Gabriel da Cachoeira através das fronteiras com a Colômbia, apesar da ameaça do risco de aumento da gravidade de propagação e contágio pelo Convid-19.

O parlamentar relatou ter recebido denúncia, do Prefeito de São Gabriel da Cachoeira, de que já há confirmação de pessoas infectadas pelo vírus na cidade de Mitu, na Colômbia, fronteira com o município. O prefeito disse ter solicitado ao exército e para o general Danilo, responsável pelas linhas de fronteiras da região, fechar as fronteiras.

Porém, o militar teria respondido não haver ordens superiores ou mandado para esse fim. O prefeito também solicitou que o valor da emenda de 200 mil reais, destinados ao Frestribal, seja relocado agora à saúde, para compra de EPI (Equipamento de Proteção Individual) para São Gabriel da Cachoeira.

“Diante disso vamos apresentar indicações ao Ministério da Segurança e à Presidência da República para o fechamento imediato da região de fronteira da Colômbia e de outros países com municípios do Amazonas”.

Ainda sobre as críticas ao pronunciamento do presidente Bolsonaro, o parlamentar disse causar estranheza o fato de que enquanto a Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Governo do Estado e a população estão se empenhando para o combate ao coronavírus, que já matou uma pessoa (homem) de 49 anos de Parintins, que não é do grupo de risco (acima de 60 anos), e o esforço para a aprovação de propostas que a ALE-AM tem feito para que as pessoas permaneçam em casa, o presidente da República em cadeia nacional disse ter perfil de atleta é a que a doença não lhe causaria nenhuma gravidade e ainda considera a ameaça uma gripezinha e resfriadinho.

“O presidente da República presta um desserviço á saúde da população e aos trabalhadores do Brasil, tendo em vista que muitas pessoas vão passar a crer que a pandemia não passa de uma doença sem gravidade. A postura do presidente vai contra até mesmo às determinações do Ministério da Saúde e outras instituições para prevenção e o combate à doença”.

Sinésio Campos ressaltou não se tratar de uma desavença, ataque político de quem seja a favor ou contra ao presidente ou de bandeira partidária. “Nos estamos preocupados com a gravidade da situação e na saúde de todos. Mas não dá para nos estarmos aprovando matérias para a preservação da vida, enquanto o presidente, que deveria ser o primeiro a dar o exemplo, preste esse desserviço à Nação. A fala dele merece de todos nós uma moção de repúdio”.

O deputado ressaltou ainda que o própio governador do Estado afirmou que vai continuar com as ações de prevenção à doença, e que o governador do Pará, Eder Barbalho, também já se pronunciou que não vai atender as recomendações do presidente da República, e que seguirá com as medidas de prevenção no Estado.

“Sendo assim, ou nós temos a garantia e apoio para votar essas medidas ou vamos nos deixar levar pela afirmação de que isso é uma gripezinha qualquer? Por isso, proponho a aprovação desta Casa de uma moção de repúdio ao pronunciamento irresponsável do presidente da República, que orienta o povo a ir para rua e, consequentemente, à morte”.

Por Assessoria