Subprocuradores avaliam que Deltan deveria deixar voluntariamente o posto
De acordo com painel da Folha de S. Paulo, integrantes do MPF afirmam que situação de Dallagnol se tornou insustentável e não há como ele escapar de punição
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Subprocuradores da República avaliam que, diante das revelações sobre o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, feitas pelo site The Intercept Brasil nesta quinta-feira (1º), uma ala do Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu um sinal claro aos órgãos de controle do Ministério Público Federal (MPF) de que não há mais chance do coordenador da força-tarefa de Curitiba escapar de punição.
Membros da Procuradoria Geral da República disseram que se pudessem aconselhar Deltan seria a se afastar voluntariamente de seu posto, de acordo com o Painel da Folha de S. Paulo deste sábado (3).
Para alguns integrantes do MPF, a situação de Dallagnol se tornou insustentável, e é inegável que ele irá sofrer punição no Conselho do Ministério Público Federal, que já fala em afastá-lo de suas funções.
“Acima da lei”
Reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, na quinta-feira (1º), a partir de informações recebidas pelo portal The Intercept Brasil, revelam que Deltan incentivou colegas em Brasília e Curitiba a investigar o ministro do Supremo Tribunal Fedeal (STF) Dias Toffoli “sigilosamente” em 2016. Naquele momento, o atual presidente da Corte era visto como um adversário que poderia atrapalhar a operação.
Segundo a reportagem, Deltan buscou informações sobre as finanças pessoais de Toffoli e sua mulher, tentando encontrar evidências que os ligassem a empreiteiras envolvidas nas denúncias de corrupção na Petrobras.
Ministros do STF não podem ser investigados por procuradores da primeira instância, como Deltan e os demais integrantes da força-tarefa. A Constituição diz que eles só podem ser investigados com autorização do próprio tribunal, onde quem atua em nome do Ministério Público Federal é o procurador-geral da República.
Outra reportagem da parceria do The Intercept com a Folha de S. Paulo revelou que Dallagnol tramou com Eduardo Pelella, chefe de gabinete do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que o ministro do STJ Humberto Martins não fosse indicado ao STF pelo golpista Michel Temer (MDB).
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do Painel da Folha de S. Paulo