Tabaré Vázquez, presidente do Uruguai, defende direitos humanos e destitui cúpula militar

Apesar de militar ter admitido que jogou corpo de militante em rio, generais de tribunal de investigação não consideraram a conduta um delito

Gobierno de la República

Presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez

O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, da Frente Ampla, destituiu o ministro da Defesa, Jorge Menéndez, o vice-ministro, Daniel Montiel, e os três generais que integravam o Tribunal de Honra do Exército, nesta segunda-feira (1º). O órgão investigava o assassinato do militante tupamaro Roberto Gomensoro, em 1973, e a desaparição de Maria Claudia García de Gelman, em 1976.

O tribunal acobertou os verdadeiros autores e mandatários de assassinatos e desaparições ocorridos durante a ditadura militar que arruinou o Uruguai entre 1973 e 1985. O órgão deveria enviar o caso para Justiça civil após a investigação.

Dois ex-militares são acusados no processo: José Nino Gavazzo e Jorge Silveira. Gavazzo admitiu, ao longo das investigações, que havia jogado o corpo de Gomensoro em um rio, mas o Tribunal de Honra do Exército concluiu que os atos não indicavam um delito.

Segundo a publicação La Diaria, a ata do relatório do tribunal foi aprovada sem notificar Vázquez. A confissão de Gavazzo revelou ainda que, por três anos, os militares que participaram do crime nada fizeram para impedir que outro militar, o coronel Juan Carlos Gómez, fosse preso pelo assassinato de Gomensoro, mesmo sabendo que ele era inocente.

A Justiça uruguaia tem realizado julgamentos de militares e civis que participaram da repressão com base em leis do direito internacional, que determinam que crimes de lesa humanidade não prescrevem e que crimes de desaparição são delitos continuados.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações de Frente Ampla (Uruguai), La Diaria (Uruguai), Pagina 12 (Argentina), Folha de S. Paulo e G1

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