Tentam dar um “colorido democrático” ao golpe, critica Dilma

Presidenta participou de evento com artistas e intelectuais contra o golpe. Participaram do ato Letícia Sabatella, Beth Carvalho, entre outros

Presidenta, Dilma durante Encontro com artistas e intelectuais em defesa da democraciaFoto Lula Marques/Agência PT

A presidenta Dilma Rousseff voltou a criticar, durante o Encontro de Intelectuais e Artistas em Defesa da Democracia, nesta quinta-feira (31), a tentativa de golpe contra a democracia brasileira. Ela lembrou que o golpe é chamado por vários “nomes” desde 1964.

“Para cada momento da história o golpe assume uma cara. Em 64 foi a forma militar. Agora está havendo a ocultação do golpe com processos aparentemente democráticos. Se no passado chamaram de revolução, hoje tentam dar um colorido democrático a um golpe porque não tem base legal para ser feito”, criticou a presidenta.

E reforçou: “O afastamento de um presidente sem base legal é golpe. Na democracia isso é golpe. Não tem outro nome”.

Em um discurso para uma plateia que contava com a presença de Rose Nogueira, sua companheira de cela durante a ditadura, atores como Letícia Sabatella, Osmar Prado, Aderbal Freire Filho e Antônio Pitanga, intelectuais como Luiz Pingueli Rosa e o professor da Unicamp Eduardo Fanhani, Dilma defendeu o fim do ódio.

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Foto Lula Marques/Agência PT

“Precisamos da estabilidade política para voltar a crescer e gerar emprego. E precisamos também do fim do ódio para que esse País não sofra as consequências de uma ruptura. O Brasil não pode ser separado em duas partes e um golpe tem esse poder. Temos de lutar para superar esse momento e voltar a crescer e criar na nossa sociedade um clima de união. Não se une o País destilando ódio, rancor, raiva e perseguição. Aqui, o que nos une é a democracia”, defendeu.

“Aqui estão pessoas que não necessariamente votaram em mim. Mas isso não é importante. O que é importante é que todos votaram das eleições e participaram do processo democrático  e é justamente essa participação de todos nós que nos une hoje. Significa que todos nós acreditamos e lutamos pela democracia”, disse, ao reforçar o caráter democrático do evento.

A presidenta ainda afirmou que, se os motivos do pedido de impeachment são as chamadas “pedaladas fiscais”, “todos os governos anteriores ao meu teriam que ter sofrido impeachment, porque todos eles, sem exceção, praticaram atos iguais ao que eu pratiquei”.

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Foto: Lula Marques/Agência PT

“Eu acho que o nome ‘golpe’ dói demais em alguns, por isso, eles pedem que eu renunciem. Primeiro porque sabem que é constrangedor esse processo. Segundo, pelo fato de que acham que as mulheres são frágeis. Nós, de fato, somos sensíveis, mas não frágeis. Sei que a mulher brasileira não é nada frágil e me honro o fato de ser uma mulher e ter nascido no Brasil”, afirmou Dilma.

A presidenta lembrou a recusa de uma médica em tratar uma criança por ela ser filha de uma integrante do Partido dos Trabalhadores e disse ser muito difícil administrar a economia do país sofrendo com o “quanto pior, melhor” da oposição.

“Enfrentamos muitas ‘pautas-bombas’ no Congresso, pautas que reforçam o quanto pior, melhor. E na democracia, a oposição não deve lutar pelo quanto pior melhor”.

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Foto: Lula Marques/Agência PT

Além disso, a presidenta defendeu a força da mulher brasileira. “Acham que as mulheres são frágeis. Eu sei que a mulher brasileira não é nada frágil. E honro fato de ser mulher e ter nascido no Brasil”.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Blog do Planalto

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