Transição: Centrais sindicais pedem a Lula repactuação da reforma trabalhista
Encontro com sindicalistas aconteceu nesta quinta-feira, 1º, em Brasília. Categoria também quer recomposição do salário mínimo
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A pauta trabalhista e o valor do salário mínimo foram assuntos destaques nesta quinta-feira, 1º, em uma reunião do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva com as centrais sindicais, em Brasília. No encontro, os sindicalistas pediram uma repactuação de alguns pontos da reforma trabalhista e a garantia de uma política para recomposição do salário mínimo logo no início de 2023.
Durante a reunião, representantes de sindicatos também reforçaram que não defendem a volta do imposto sindical. Conforme o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, alguns pontos da reforma trabalhista, a exemplo do trabalho intermitente e das negociações diretas entre patrões e empregados sem participação dos sindicatos, precisam ser revistos.
“Deixamos claro de forma unificada que o movimento sindical não quer a revogação da reforma trabalhista e também não quer a volta do imposto sindical, mas há pontos que precisamos repactuar. É consenso, unanimidade que não vai voltar o imposto sindical”.
O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, destacou que os sindicalistas reafirmaram a Lula as prioridades da classe trabalhadora para o próximo período, com base no documento aprovado na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat 2022), realizada de forma unitária, em abril deste ano, pelas centrais sindicais
“Lula está muito feliz por, mais uma vez, poder governar o Brasil e, com seu governo, gerar empregos de qualidade e tornar mais digna a vida da classe trabalhadora”, disse Sérgio Nobre. “O presidente deixa claro que vai governar com e para todos os trabalhadores e trabalhadoras, para tirar o país da pobreza, do mapa da fome, do atraso, do obscurantismo em que a nação foi mergulhada pelo governo criminoso de Bolsonaro”.
Recuperação de empregos e investimentos
Lula afirmou que o Brasil precisa ser reconstruído em muitas áreas e que dedicará seu tempo para recuperar empregos e atrair investimentos.
“Eu quero dedicar o meu tempo em como é que nós vamos fazer para recuperar esse país, para gerar empregos, para atrair investimento estrangeiro para cá, sobretudo investimento direto para que a gente possa fazer uma nova regulação no mundo do trabalho, sem querer voltar ao passado”, disse ele. “Nossa tarefa é muito grande e nós vamos ter que trabalhar com muita seriedade”, completou.
Salário mínimo
Patah também ressaltou a relevância da recomposição do salário mínimo no início do governo de Lula. Ele afirma que é uma das políticas mais importantes para o começo do ano de 2023.
“Não há dúvidas que o salário mínimo logo deste ano não vai dar para ser aquele valor que nós gostaríamos, mas vai ter uma política que em alguns anos vamos recuperar um dos instrumentos de distribuição de renda que é o salário mínimo. É importante ter a política de salário mínimo para voltar ao que era, com a recuperação ligada à inflação e adicionando mais aquilo que o Brasil cresceu nos dois últimos anos”.
Participarem a reunião com o Lula as seguintes entidades:
CUT
Força Sindical
UGT
CTB
NCST
CSB
Intersindical Central Sindical
Pública
Conlutas
Intersindical Instrumento de Luta
Fequinfar
Bancários
Contraf
Metalúrgicos do ABC
Apeoesp
Contag
FUP
Metalúrgicos Grande Curitiba
Federação dos Metalúrgicos de São Paulo
Eletricitários
Trabalhadores da Construção SP
Fenamoto
Da Redação, com informações do Valor Econômico e Metrópoles