“Vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil”, afirmou Lula sobre a meta fiscal

A meta fiscal não pode ser perseguida “ao custo de um profundo corte de investimentos públicos indispensáveis para a retomada do crescimento e dos empregos”, alertou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, em resposta às críticas do “mercado”

Ricardo Stuckert

"O Brasil não pode perder a oportunidade de fazer aquilo que é o nosso compromisso", disse Lula

“Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso”, afirmou o presidente Lula na conversa com jornalistas, na sexta-feira, 27, no Palácio do Planalto.

“Eu sei da disposição do Haddad, sei das vontades do Haddad, sei da minha disposição e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero”, esclareceu o presidente ao abordar o tema fiscal.

“Se o Brasil tiver o déficit de 0,5%, o que é? 0,25% o que é? Nada. Absolutamente nada. Então, vamos tomar a decisão correta e nós vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil”, completou Lula.

Na conversa o presidente Lula também destacou que o Brasil não pode perder a oportunidade de fazer aquilo que é o nosso compromisso”, informando que “o ano que vem será inteiro de viagem pelos estados brasileiros”, lançando e inaugurando obras do PAC.

“Precisamos fazer com que o Brasil se transforme definitivamente em um país desenvolvido. Estamos cansados de ser um país de terceiro mundo, um país em vias de desenvolvimento”, disse Lula.

“Por isso, vamos fazer todos os investimentos que estiverem ao nosso alcance, atrair todos os investimentos que puderem vir para o Brasil para que o país dê um salto de qualidade”, reafirmou o presidente.

Meta realista que assegure desenvolvimento e empregos

Em postagem em seu perfil do X, a presidenta do PT reagiu às críticas do mercado sobre a declaração do presidente Lula. “Vamos lembrar que os próprios agentes do mercado vinham prevendo déficit para o ano que vem. Até chegaram em um número, 0,8%. Por que o presidente não pode, pela realidade dos fatos, frustração de receitas, reavaliar meta inexequível?”.

“Engraçado o mercado, vive fazendo previsões, erra bastante, ajusta seus números. Agora, quando o presidente Lula fala que a meta de déficit zero para 2024 dificilmente será alcançada, e não será perseguida ao custo de um profundo corte de investimentos públicos indispensáveis para a retomada do crescimento e dos empregos, o mercado tem uma reação irracional”, questionou.

LEIA MAIS: “Lula assumiu responsabilidade ao dizer que meta zero em 2024 é inexequível“, diz Gleisi Hoffmann (em entrevista ao jornal Valor)

Neste sábado, em outra postagem a presidenta do PT afirmou que “o presidente Lula protegeu o ministro Fernando Haddad ao trazer para si a responsabilidade da política fiscal e reconhecer que o resultado primário zero será impossível para o ano que vem. Ao contrário do que falam alguns da mídia de que foi uma desautorização”.

Para Gleisi, “Fernando Haddad é um grande ministro da Fazenda e tem se empenhado fortemente para cumprir os compromissos de governo e a estabilidade fiscal. Mas, infelizmente nem tudo depende dele e da equipe econômica, como o crescimento da receita por exemplo”.

“Entram aqui Congresso Nacional, decisões judiciais, postergações administrativas. Também entra outro grande obstáculo que é a criminosa taxa de juros mantida nas alturas pelo BC de Campos Neto.

“É pura especulação a aposta de setores da mídia em uma reação negativa no Congresso. Ao contrário, quanto mais realistas as metas, menos complicadas ficam as negociações políticas. Sem drama, menos, a vida continua com a perspectiva de todos poderem melhorar”, completou.

Da Redação

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