Vigília Lula Livre tem dia de expectativa e revolta com impasse

Militância viveu um dia de esperança e revolta enquanto desembargadores e juízes disputavam com despachos sobre a liberdade do ex-presidente

Ricardo Stuckert

Vigília Lula Livre espera liberdade do ex-presidente

A Vigília Lula Livre teve um domingo (8) de luta e esperança, durante a verdadeira guerra de despachos que se instaurou em torno da liberdade de Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª região. Euforia e revolta se alternaram nas expressões dos militantes à medida que as decisões judiciais se sucediam ao longo do dia.

Centenas de pessoas se reuniram em frente ao prédio da Polícia Federal com a expectativa de receber Lula livre, mas a decisão de manter o ex-presidente como preso político não surpreendeu os militantes. Sissi Geyger, que está na Vigília desde o início, afirmou que já esperava o resultado. “Não posso dizer que fui surpreendida. Agora temos que ir às últimas consequências, pois temos um golpe com todos os Poderes. Lula está sequestrado e vivemos um golpe de Estado e o povo tem que acordar para o que está acontecendo”, afirma.

Julio César Soares Coelho, músico da Orquestra Sinfônica do Paraná também não se surpreendeu com a jogada judicial para impedir a liberdade de Lula. “Estou triste com o que fizeram aqui hoje. Vivemos um Estado de exceção. É golpe atrás de golpe. Lula é preso político, está mais que claro. Não vão soltá-lo em quando não tiver gente para fazer pressão aqui na frente e na porta do STF. Agora é levante popular para resolver”, disse.

Pela noite, quando estava claro que Lula não seria solto, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) falou ao povo na praça Olga Benário. “Tivemos um dia histórico, que inicia nova fase de luta. Este domingo acabou com as máscaras da Lava Jato”, disse.

O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) também falou ao povo, com uma avaliação positiva dos fatos que sacudiram a Vigília. “Considero o dia de hoje vitorioso politicamente. Ficou claro que não Lava Jato só há uma definição possível, que é a condenação”, disse.

Segundo Wadih, a avaliação positiva não deve satisfazer quem luta pela democracia. “Temos que começar a elevar o tom. O que vai barrar as ilegalidades do Estado policial e do fascismo é o povo na rua, como estão fazendo há tanto tempo aqui. Ficou claro que não Lava Jato só há uma definição possível, que é a condenação”, disse. “O povo brasileiro tem que tomar o seu destino e dar um basta nessa gangue fascista que desrespeita a lei”, recomendou.

Pimenta bateu duro no arbítrio de Sérgio Moro. “Nosso presidente teve ordem de soltura há mais de 12 horas e estaria aqui com a gente não fosse o arbítrio da Lava Jato. Assistimos hoje uma jornada que envergonha o País, pois a PF se nega a cumprir ordem judicial. Moro mesmo estando de férias em Portugal despachou no processo, o que é ilegal”, disse.

“Hoje com certeza estamos mais fortes. Essa batalha não terminou. A partir do exemplo de vocês, que resistem aqui há tanto tempo, o povo decidiu não sai da rua enquanto Lula não estiver livre. Não podemos aceitar a Globo dizer o que o Judiciário deve fazer”, discursou Pimenta.

Por Luiz Lomba, de Curitiba para a Agência PT de notícias

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