Zeca Dirceu: O fator Lula e o crescimento da economia
Em oito meses de governo Lula, os indicadores econômicos mostram que, apesar das criminosas taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central, já são palpáveis as melhorias na vida dos brasileiros, escreve Dirceu
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Em oito meses, o governo do presidente Lula colocou o Brasil de novo na rota do crescimento e da justiça social. Os indicadores econômicos mostram que, apesar das criminosas taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central, já são palpáveis as melhorias na vida dos brasileiros. O aumento do consumo das famílias, por exemplo, já é uma realidade. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) registrou alta de 4,24% em julho, na comparação com o mês anterior. Em relação a julho do ano passado, o aumento é de 3,37% e, no acumulado do ano, de 2,52%.
A expansão do consumo familiar foi, inclusive, um importante motor do crescimento econômico neste ano, impulsionando a indústria e os serviços. Tal expansão, a despeito do forte endividamento, surpreende os analistas cabeças de planilha, e revela antes de mais nada confiança da população no governo atual.
Nesse sentido, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) avançou pelo quarto mês consecutivo. Em agosto, a alta foi de 2,0 pontos para 96,8, o maior nível desde fevereiro de 2014 (97,0 pontos). Esse resultado espelha a melhora da percepção dos consumidores sobre a situação atual e também as expectativas ligeiramente mais otimistas em relação aos próximos meses.
Diz a FGV: os resultados favoráveis refletem a continuidade da recuperação do quadro macroeconômico, a resiliência do mercado de trabalho e o início de programas voltados para a quitação de dívidas. Ou seja, resultados concretos frutos de política públicas implementadas por um governo que preza os interesses nacionais.
Com isso, de acordo com o IBGE, no segundo trimestre o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% comparado ao primeiro trimestre, surpreendendo o mercado financeiro, que esperava apenas 0,3%. Para o ano, o crescimento deverá ser de 3%, conforme previu meses atrás o presidente Lula, contrariando “analistas” de mercado e o jornalismo econômico, que apenas reverbera opiniões de especuladores da Faria Lima. Os agourentos que previam, sem base na realidade, a “venezuelização” do país ou “argentinização” da economia brasileira vão ter que dar o braço a torcer para Lula e o sucesso de seu governo.
Os números do IBGE apontam o último trimestre com taxa de desemprego em 7,9%, o menor índice desde 2014. São mais de 500 mil brasileiros que conseguiram empregos com carteira assinada. Além de novos empregos gerados, a renda aumentou, com a valorização do salário mínimo.
O aumento do novo salário mínimo tem ajudado a elevar a massa salarial e os benefícios da Previdência recebidos por milhões. Paralelamente, houve a elevação da faixa de isenção do imposto de renda para R$ 2.640.
Os números são superlativos. Para o aumento dos benefícios da previdência, abono e seguro-desemprego, BPC e Bolsa Família, as transferências do governo cresceram R$ 63 bilhões, aumento de 21% em termos reais. Além disso, recursos foram destinados ao resgate dos programas sociais destruídos pelo governo anterior.
É comum que o chamado mercado, refém de cartilhas neoliberais e elitistas, se surpreenda com o impacto na economia gerado por mais dinheiro no bolso do povo. Mas esse é um dos principais fatores a impulsionar o crescimento econômico no segundo trimestre. E deve ser comemorado. Não é sorte, não são fatores externos. O responsável pelo crescimento econômico chama –se Lula, com seu programa de governo ajustado aos interesses nacionais e populares.
O desafio agora, nas mãos do Congresso Nacional, é garantir a taxação dos super-ricos, com seus fundos bilionários que não pagam quase nada de imposto, ao contrário da classe média e dos trabalhadores, e a continuidade dos investimentos públicos e privados para assegurar a continuidade do crescimento.
Deputado federal pelo Paraná, é líder do PT na Câmara dos Deputados
Artigo publicado na Focus Brasil #112