8M: Governo Lula lança ações contra a desigualdade no mercado de trabalho

Estudos divulgados esta semana mostram que, no fim do governo Bolsonaro, mulheres sofriam mais com o desemprego e ganhavam menos que os homens, apesar de terem estudado mais

Tânia Rêgo/Agência Brasil

No fim de 2022, mulheres eram 44% da força de trabalho no Brasil, mas representavam 55% das pessoas desempregadas (Foto: Tania Rego/Agência Brasil)

Nesta quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, o governo Lula anuncia uma série de medidas em prol das brasileiras. Em meio às 25 ações que serão anunciadas, destacam-se iniciativas para fortalecer as trabalhadoras, muito maltratadas nos últimos quatro anos.

Além do envio ao Congresso de um projeto de lei que estabelece salário igual para homens e mulheres que exercem a mesma função — promessa de campanha do presidente Lula —, serão lançados programas de crédito especial para empreendedoras e agricultoras familiares e de estímulo a empresas e projetos tecnológicos liderados por mulheres, entre outras ações.

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Levantamentos divulgados esta semana mostram a importância dessas medidas. Segundo o Boletim Especial 8 de Março, divulgado na segunda-feira (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Brasil regrediu na busca pela igualdade de gênero no mercado de trabalho.  

Dados do IBGE referentes ao terceiro trimestre de 2022 mostram que, embora as mulheres representassem 44% da força de trabalho no Brasil, elas somavam 55,5% das pessoas desempregadas. Enquanto 6,9% dos homens estavam desocupados, esse índice subia para 11% entre as mulheres.

Já em termos de rendimentos, as mulheres ganhavam, em média, 21% a menos do que os homens. A disparidade salarial ocorria até mesmo em setores nos quais elas são a maioria da força de trabalho. Nos serviços domésticos, por exemplo, o salário delas era 20% menor do que o dos homens. E no grupamento educação, saúde e serviços sociais, 32% menor.

A situação se agravava entre as mulheres negras. Maiores desalento, desocupação e subocupação faziam com que entre as trabalhadoras negras a taxa de subutilização fosse de 30,2%. Entra as mulheres não negras, o índice era de 19,2%; e entre os homens, de 15,9%.

Estudam mais, ganham menos

Outra pesquisa, também com dados do terceiro trimestre de 2022, mas focada no estado de São Paulo, dá uma boa ideia da injustiça que ocorre no mercado de trabalho. 

Segundo o levantamento Perfil da Mulher Paulista: Demografia, Escolaridade, Trabalho e Renda, publicado pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), as mulheres têm maior escolaridade que os homens na faixa etária que vai dos 25 aos 54 anos. 

Mesmo assim, elas ganham menos. “O rendimento médio do homem não negro por hora no terceiro trimestre de 2022 era de R$ 27,15, e o da mulher não negra, de R$22,09. Homens negros faturavam R$ 15,65 por hora e mulheres negras, R$ 13,86”, informa matéria da Folha de S. Paulo sobre o estudo.

Da Redação 

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