Vitória da Conquista é pioneira em políticas LGBT no interior da Bahia

Cidade governada há 20 anos pelo PT foi a primeira na região a ter um órgão exclusivo para tratar das demandas da população LGBT .

No interior da Bahia, Vitória da Conquista tornou-se um marco para as políticas de combate à homofobia e respeito à diversidade LGBT. A cidade baiana, de 346 mil habitantes, foi pioneira na implantação de políticas públicas municipais com o intuito de tornar o município um território livre de homofobia.

Marca do modo petista de governar, a promoção e a defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais partiu de uma relação próxima aos movimentos sociais da cidade.

Em 2011, a cidade realizou a Conferência LGBT do Território de Vitória da Conquista. Uma das demandas do encontro era um espaço para se pensar as políticas LGBT. Respondendo a isso, a prefeitura criou uma Assessoria Técnica de Políticas para Diversidade Sexual, que mais tarde se transformaria em uma Coordenação de Políticas de Promoção da Cidadania e Direitos LGBT.

Com a implantação da coordenação, Conquista tornou-se a primeira cidade baiana a possuir um órgão exclusivo para a promoção desses direitos.

A cidade é governada por gestões do PT há 20 anos. Nestas eleições, Zé Raimundo é o candidato que vai garantir a continuidades de todas as políticas implantadas na cidade.

Em 2012, a prefeitura garantiu o uso do nome social de travestis e transexuais nos órgãos da Administração Municipal direta e indireta, autarquias, fundações e na rede municipal de ensino, outra ação pioneira no interior da Bahia.

Para o coordenador de Política de Promoção da Cidadania e Direitos LGBT, Danilo Bittencourt, as ações da prefeitura de Vitória da Conquista tornaram viva, dentro do setor público, a reflexão de que não há estrutura de oportunidades políticas sem a busca incessante pela garantia dos direitos humanos.

Mesmo assim, o coordenador lembra que ainda há muito o que avançar, já que o Brasil é líder em assassinatos homofóbicos. Em 2015, segundo dados do Grupo Gay da Bahia, foram 33 homicídios registrados.

“O diálogo entre as diversas áreas de governo, que assumem o enfrentamento a tais violações como uma bandeira de luta dos Direitos Humanos é, portanto, de suma importância para o fortalecimento da cidadania de LGBTs”, afirma o coordenador.

Foto da Parada LGBT na cidade

Foto da Parada LGBT na cidade

“Fico feliz em saber que estamos numa cidade que, pioneira nas ações de cidadania LGBT, se torna referência para toda a Bahia e para o Brasil como uma luz para que não nos cansemos desta luta cotidiana contra todos os preconceitos”, diz ele.

Por conta dessa trajetória, a cidade também assumiu a Comissão de Institucionalização da Política Pública LGBT do Fórum Nacional de Gestoras e Gestores Estaduais e Municipais de Políticas para a população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Fonges LGBT).

Segundo Bittencourt, a comissão tem a responsabilidade de construir documentos e auxiliar, Estados e Municípios, marcos legais de combate à homofobia e de promoção da cidadania LGBT.

“Sabemos da necessidade de termos marcos legais; pois só, a partir daí, ampliaremos as possibilidades de convencimento social de que lésbicas, travestis, transexuais, gays e bissexuais não podem ser objeto de ódio, violência e exclusão”, afirma o coordenador.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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