Maurílio Barreto de Araújo: Ensaio sobre a “direitização” dos partidos de esquerda

Afinal, qual a diferença entre um PPS, um PSB, o PDT, o PC do B e o PT? Pelo andar da carruagem, a diferença é apenas… o tempo!

Lula Marques/Agência PT
Tribuna de Debates do PT

Todos os militantes devem estar lembrados: PSB e PPS já foram, numa história não muito distante, importantes partidos de esquerda. Participaram inclusive do “Foro de SP” com o PT!

E o que eles representam hoje? São apenas mais dois partidos golpistas, satélites do PSDB, utilizados para destruir direitos dos trabalhadores.

O PDT de Brizola vai pelo mesmo caminho, maioria de golpistas! E até o PCdoB (quem diria!!!) não tem mais o menor pudor de colar o adesivo “45” em campanhas municipais, e ainda não possuem qualquer vergonha de sair na foto! E se não bastasse, por uma “quarta secretaria” (ou sei lá o quê) preferem apoiar por duas eleições seguidas o golpista Rodrigo Maia, inclusive em 1º turno, do que qualquer outro candidato de esquerda.

E a pergunta que não quer calar… “E O PT?”

Bom, o PT é o partido que os políticos pedem para a população votar 13, a favor dos trabalhadores e dos pobres, mas muitos desses, após eleitos, em eleições legislativas internas, por um punhado de cargos, votam “45”. Publicamente, os parlamentares petistas condenam toda e qualquer política neoliberal tucana. Mas na hora do voto secreto, para garantir mais espaço no Legislativo (que serve muito mais para suprir o ego parlamentar do que travar uma verdadeira luta contra os golpistas), vários petistas não titubeiam e votam em tucanos.

Mas afinal, qual a diferença entre um PPS, um PSB, o PDT, o PC do B e o PT? Pelo andar da carruagem, a diferença é apenas… o tempo!

O ex-partidão PPS, já está no campo da direita há uns 20 anos, golpistas convictos e assumidos! No PSB, a inclinação para a direita é mais recente, começa a tomar força após a morte do Eduardo Campos, e durante o golpe passou a ser a força amplamente majoritária. O PDT ainda possui bases sociais bastantes resistentes ao golpismo, mas boa parte de seus parlamentares já fizeram adesão pública aos golpistas e, o que é mais grave, aos projetos destruidores de direitos dos golpistas. O PC do B não possui “ainda” parlamentares a favor do golpe e dos projetos golpistas, mas aparecem nos jornais com o adesivo “45” no paletó.

E o PT? Bom, o PT é o partido cujas bases ainda provoca vergonha na cara aos seus dirigentes. Teclam às escondidas a opção “45” mas não tem coragem de colocar adesivo no paletó e nem de assumir seu vergonhoso voto devido a sua imensa base popular. E hipocritamente dizem que não estão votando nos tucanos, mas no “constitucional direito da proporção e distribuição dos cargos legislativos pelos partidos”. Se eu fosse do PC do B, eu lhes daria um adesivo e diria: podem colar, deixem de ser hipócritas!!!

O caminho da “direitização” de um partido de esquerda já é conhecido. Agora, se o PT vai seguir esse script, ainda não sabemos. Força da militância para reverter esse processo, sem dúvida há! Mas para isso, essa imensa massa camponesa e operária de militantes tem que reagir e utilizar esse 6º Congresso para pegar de volta o que lhes foi tomado, e expulsar dos cargos de dirigentes do partido toda essa ala apodrecida e endireitada.

Ou a militância do PT toma as rédeas de seu partido, ou o seu destino será o mesmo de tantos outros exemplos de partidos endireitados, no Brasil e no mundo: o lixo da história!

Por Maurílio Araújo,  Bacharel em história pela USP e coordenador do NADP (Núcleo de Ação pela Democracia Popular – PT/SP), para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.

ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores

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