Milhares marcham em São Paulo por Marielle Franco
Ato “Contra o Genocídio Negro – Marielle, presente!” reuniu milhares na Avenida Paulista que marcharam contra o assassinato da vereadora e de Anderson
Publicado em
Milhares de pessoas ocuparam na noite de quinta-feira (15) a Avenida Paulista em um ato emocionante contra o feminicídio, o genocídio do povo preto e pobre, contra o assassinato de ativistas e em favor da democracia e da dignidade humana. A manifestação foi mais uma das centenas que ocorreram em todo o Brasil e no exterior após o assassinato brutal da vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes na noite de quarta-feira (14).
Com velas, cartazes e gritos de guerra, os manifestantes ocuparam as ruas de São Paulo para lembrar a luta de Marielle e de tantos outros que foram mortos por defender os direitos humanos e denunciar os abusos de instituições.
A marcha deixou a Avenida Paulista no início da noite e seguiu até a praça Roosevelt, no bairro Bela Vista, onde o ato foi encerrado.
A expressão estampada nos rostos da multidão era de dor, mas ao mesmo tempo de resistência e luta. A publicitária Rita Romano disse ter sentido medo e tristeza com o crime, mas que o acolhimento coletivo que ela encontrou no ato deu forças para continuar a luta. “Não sabemos muito bem o que sentir, nós só sabemos que estar em espaços coletivos faz com que a gente consiga sentir essa dor de uma forma mais acolhedora, mesmo que seja difícil”, disse a publicitária.
Débora Pereira, secretária estadual de Mulheres do Partido dos Trabalhadores, relembrou a trajetória de Marielle, a “brilhante vida politica da vereadora que foi eleita com a força da mulher preta e guerreira, que ela sempre foi”, também motivos de sua morte. “Os brancos são ameaçados, os pretos eles são assassinados, e o fato dela ser parlamentar não protegeu de ser assassinada, de permanecer com a sua luta. Essa é a prova que o racismo é estrutural e vai continuar assassinando as pessoas, vai continuar tombando as mulheres que são fundamentais para transformar a nossa sociedade.”
Débora também falou sobre a intervenção federal que acontece no Rio. “O assassinato só prova, infelizmente, que essa intervenção é uma falácia, uma consequência de um estado golpista, um governo ilegítimo, e eu fico muito triste que mais duas mortes foram necessárias para provar que essa intervenção é uma mentira.”
O publicitário Caio afirmou que o medo é uma constante, e a morte de Marielle deixa um recado para todos. “A gente luta pelos nosso direitos, fazemos nossas coisas como o sistema quer que seja feito e mesmo assim a gente vira estatística, essa violência precisa acabar”, lamentou.
Veja as imagens:
Da redação da Agência PT de Notícias