Lula: Nós precisamos estar cada vez mais próximos do povo brasileiro
Presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e senador Rogério Carvalho falaram à militância após visita ao ex-presidente nesta quinta (18) em Curitiba
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Os lamentáveis desdobramentos políticos ocorridos no Brasil a partir da eleição de Jair Bolsonaro tem gerado uma debandada de muitos dos que acreditaram no então candidato do PSL e, claro, aumentado a mobilização dos que já temiam pelo agravamento da crise e a possibilidade real de retirada de direitos e ataques à democracia. Mas para Lula, só há um jeito para encarar a confirmação dos prognósticos mais pessimistas: sair às ruas.
O ex-presidente, que recebeu nesta quinta (18) a visita da presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do senador Rogério Carvalho, tem repetido a mesma avaliação a todas as lideranças e tem se entusiasmado (ainda que mantido injustamente como preso político) com a crescente unidade dos campos progressistas e a promessa da militância de acentuar as lutas contra a agenda de retrocessos em vigor no país. “Nós precisamos estar cada vez mais próximos do povo brasileiro”, orientou o ex-presidente aos companheiros.
“Desde o momento do golpe, depois a perseguição contra o PT e contra Lula, nós já avisávamos: vocês estão plantando vento e vão colher tempestade. E é exatamente isso o que estamos vendo neste momento com crise institucional generalizada”, avaliou Gleisi.
Para a presidenta do PT, o entendimento claro do presente precisa, necessariamente, relembrar os principais acontecimentos políticos desde 2016, quando Dilma Rousseff foi retirada do cargo a partir de um impeachment sem crime: “Para nós sabermos exatamente o que significa Jair Bolsonaro e o que acontece no Brasil, a gente não pode deixar de relembrar os últimos acontecimentos da nossa história. Bolsonaro só foi viável porque tivemos um impeachment fajuto, a prisão do Lula e as fake news atuando durante todo este processo e ainda mais durante as eleições”.
Tal preocupação, prosseguiu Gleisi, motivou a publicação do Manifesto do PT nesta quinta. “Os mesmos setores que hoje se dizem afrontados, seja pela Lava Jato, seja pelo STF, seja por coerções do Ministério Público ou da Polícia Federal, foram cúmplices, coniventes, omissos ou pusilânimes quando agentes do estado afrontaram o mandato legítimo da presidenta Dilma, os direitos e a liberdade do presidente Lula, praticando agressões e vazamentos na imprensa de mentiras contra o PT, seus dirigentes e até familiares de Lula”, diz trecho do documento.
Lula livre como condutor central das lutas
A alarmante situação social e econômica do país, aliada à crise institucional que assola os três poderes da República, traz à tona uma das frases mais emblemáticas do período eleitoral: “Que saudade do meu ex-presidente”. A falta que Lula faz, inclusive, foi lembrada pelo senador Rogério Carvalho após visitá-lo. “É muito doloroso ver um companheiro como o Lula preso injustamente há um ano. Mas, além do legado e do que representa ao povo brasileiro, é impressionante a lucidez dele para avaliar o que acontece no país (…) Lula simboliza um período de elevadas melhorias ao povo brasileiro, de grande nível de humanidade, de políticas públicas fundamentais para todos os segmentos”, afirmou o senador.
Mas Lula, como lhe é habitual, não quer saber de desânimo e pede repetidamente para que a militância não baixe a guarda. “Lula nos orientou a manter a mobilização permanente e aumentar o diálogo com o povo para que não tenhamos ainda mais perdas”, revelou Carvalho.
Gleisi, na condição de presidenta do partido, prontamente se dispôs a atender o desejo de Lula. “O nosso lugar agora é nas ruas, falar sobre a Previdência, sobre retirada de direitos e alertar sobre a possibilidade de novos retrocessos. Lula nos pediu mais uma vez que a gente fique do lado do povo. E isso não poderia ser diferente porque estar ao lado do povo é o que ele sempre gostou de fazer”, concluiu.
Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias