Oposição e movimentos sociais lançam Empate dos Povos da Amazônia

O nome é como se denominava a luta de Chico Mendes ao liderar mobilizações de enfrentamento para defender os territórios dos povos da floresta

Gabriel Paiva

Parlamentares e movimentos sociais lançam movimento para impedir retrocessos e proteger a Amazônia

Parlamentares, representantes de movimentos sociais e dos povos da Amazônia afirmaram nesta terça-feira (4) que somente com a união da sociedade será possível vencer a agenda de retrocessos que o governo Bolsonaro tenta impor à região. As afirmações foram feitas durante o lançamento do “Empate dos Povos da Amazônia, em Defesa da Soberania Nacional e de Direitos”, ocorrido no Salão Verde da Câmara.

O nome inicial do movimento – Empate – é como se denominava a luta de Chico Mendes ao liderar mobilizações de enfrentamento para defender os territórios dos povos da floresta e impedir a sua derrubada pelos invasores.

Para o deputado Airton Faleiro (PT-PA), um dos organizadores do evento na Câmara, a atual conjuntura de retrocessos nas políticas voltadas à Amazônia exige uma reação da sociedade civil organizada e do parlamento.

“A conjuntura exige uma reação, diante destes ataques declarados aos povos da Amazônia e ao meio ambiente, com a flexibilização da legislação ambiental e a entrada do capital estrangeiro na Amazônia, além de a retirada de direitos”, afirmou.

Na mesma linha, o deputado José Ricardo (PT-AM), coordenador do Núcleo da Amazônia no Congresso, ressaltou a importância do movimento na defesa da soberania da região.

“O presidente (Bolsonaro) quando fala em explorar a Amazônia junto com os Estados Unidos, refere-se à exploração dos povos ribeirinhos, quilombolas, indígenas, e à população do campo e da cidade dessa região, exploração essa que não vem com garantia de direitos. P. Nós, do Núcleo da Amazônia, estamos juntos com os movimentos sociais nesta luta”, declarou.

Durante o evento, foi lido o manifesto do Empate dos Povos da Amazônia. O texto destaca que o objetivo do movimento é “denunciar nacional e internacionalmente, as ameaças que os povos e o meio ambiente estão sofrendo e propor uma agenda de ações e políticas públicas para a região”. Entre os retrocessos, foram citados a não demarcação de territórios indígenas e quilombolas e a ameaça de entregá-los à exploração predatórias de suas riquezas minerais, além de ações de desmonte da fiscalização e do monitoramento de derrubada da floresta.

Para a ambientalista Angela Mendes – filha de Chico Mendes – o Empate é um movimento de resistência contra a destruição da floresta.

“Só com luta e união de todos, dos movimentos sociais e socioambientais do Brasil e do planeta, poderemos resistir aos que tentam destruir o que nós construímos com muito suor, sangue e à custa de muitas vidas. O Empate somos nós, nossa força e nossa luta, Chico Mendes vive!”, bradou.

Plano de ação

Como plano de ação, o Empate dos Povos da Amazônia, em Defesa da Soberania Nacional e de Direitos planeja realizar ações de massa simultâneas nos nove estados da Amazônia Legal, com a apresentação de denúncias, reivindicações e propostas de políticas de desenvolvimento para os estados e para a Amazônia.

O movimento pretende ainda apresentar em Brasília, em conjunto com representações dos povos e comunidades da Amazônia, de movimentos sociais e organizações populares dos estados da região, uma agenda de desenvolvimento e políticas públicas para a imprensa nacional e internacional, Congresso Nacional, Poder Judiciário e governo federal.

Também participaram do lançamento do Empate dos Povos da Amazônia o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS); o coordenador do Núcleo Agrário do PT, deputado João Daniel (PT-SE); o deputado Célio Moura (PT-TO), além de representantes da Articulação dos Povos Indígenas (APIB), do MST, da CUT e do Fórum Internacional da Amazônia (FIA).

Organizações sociais e sindicais estiverem presentes à atividade, entre elas a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), o Movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB), além da UNE e da UBES.

Por PT na Câmara

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